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Cidades do Japão enfrentam ameaça crescente de poeira radioativa
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DA REUTERS, EM TÓQUIO
Na cidade japonesa de Ohtawara, mais de cem quilômetros a sudoeste da usina nuclear de Fukushima, 400 toneladas de cinzas radioativas se acumulam em uma usina de incineração de lixo, que ficará abarrotada dentro de duas semanas.
Mais ao sul, a cidade de Kashiwa teve que paralisar temporariamente um incinerador com tecnologia avançada para reduzir a produção de cinzas, mas que tem o efeito colateral de aumentar o nível de radiação.
Esses são apenas dois exemplos de cidades japonesas no norte do Japão que enfrentam problemas similares desde que a usina de Fukushima, que foi devastada por um terremoto e um tsunami em março, começou a lançar radiação para a atmosfera no pior acidente nuclear do mundo em 25 anos.
O governo japonês diz que até dezembro a crise estará controlada, mas especialistas alertam que a radiação espalhada por montanhas, rios e áreas residenciais permanecerá no ar durante anos.
Para evitar a geração de cinzas radioativas, subproduto da queima de galhos e folhas contaminados, a prefeitura de Ohtawara já reduziu pela metade a frequência da coleta de lixo. Mesmo assim, sacos com cinzas contaminadas terão de ser deixados ao ar livre no terreno da usina de incineração, por falta de espaço para um armazenamento adequado.
Na maior parte desse material o nível de radiação está abaixo de 8.000 becquerels por quilo, o que permite que ele seja enterrado em aterros sanitários, segundo as diretrizes governamentais. Mas os moradores da vizinhança estão preocupados.
"Se você pensa nos sentimentos dos moradores, é bastante natural. Algumas pessoas simplesmente não desejam ter isso perto delas, não importa quão baixo seja o nível de radiação", disse Baku Nishio, codiretor da ONG Centro de Informação Nuclear dos Cidadãos.
O Ministério do Meio Ambiente propôs que o governo se responsabilize pelo material que exceder 8.000 becquerels/quilo, mas não há nenhum plano concreto a esse respeito.
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