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Obama tenta explorar raiva contra Wall Street em viagem ao sul
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DA REUTERS, EM WASHINGTON
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve explorar a raiva pública contra os excessos de Wall Street para esquentar o clima com os republicanos do Congresso, ao embarcar em uma turnê rodoviária nesta segunda-feira em busca de apoio para seu pacote de emprego.
Na estrada pelos próximos três dias, Obama segue para Carolina do Norte e Virgínia, ambas vitais para suas chances de reeleição em 2012.
As visitas acontecem em meio ao cenário de protestos contra a ganância corporativa e desigualdade econômica, que começaram semanas atrás em Nova York e se espalharam para outras cidades, inspirando um "Dia de Fúria" mundial, com manifestações contra o sistema financeiro em vários países no fim de semana.
Obama -- cujos números nas pesquisas vêm caindo devido à maneira com que lidou com a economia estagnada e o desemprego elevado -- manifestou com cautela simpatia pelas queixas do movimento "Ocupe Wall Street".
"O presidente vai continuar reconhecendo a frustração que ele próprio compartilha sobre a necessidade de Washington fazer mais para apoiar a nossa recuperação econômica e para assegurar que o interesse de 99% dos americanos seja bem representado", disse o porta-voz Josh Earnest.
Obama quer intensificar a pressão sobre os republicanos, enquanto tenta aprovar seu pacote de emprego parte a parte a partir desta semana, depois que o plano total foi derrotado no Congresso na semana passada.
Com a corrida eleitoral se aproximando, a estratégia do presidente é forçar os republicanos a cederem ou serem pintados como obstrucionistas mais interessados em proteger "milionários e bilionários" contra o pagamento de sua parcela de impostos.
Os republicanos dizem que o pacote original de Obama estava carregado de gastos desnecessários e aumentos de impostos que matariam empregos para americanos ricos. Eles o acusam de demonizá-los e promover uma "guerra de classes", em vez de trabalhar com eles para encontrar pontos de consenso.
O impasse sobre o projeto de lei de empregos levantou preocupações de que a disfunção política em Washington irá impedir a adoção de grandes medidas para estimular as contratações antes das eleições de novembro de 2012.
A Casa Branca considerou a viagem de Obama, a segunda desde agosto, como uma chance de ele se reconectar com os cidadãos comuns fora da "bolha" de Washington.
Enquanto seus assistentes insistem que a jornada tem a ver com emprego e não política, o itinerário envolve dois Estados tradicionalmente conservadores na qual ele venceu a eleição em 2008, mas onde pesquisas mostram que ele corre risco de perder em sua tentativa de ser reeleito.
A mensagem mais ampla, explicou o porta-voz, será a de que os republicanos "coloquem o país à frente do partido" e aprovem a primeira parte do pacote no Senado esta semana -- US$ 35 bilhões em ajuda a Estados para preservar os empregos de professores, policiais e bombeiros. Os republicanos mostraram pouco entusiasmo com a proposta, embora não a tenham rejeitado totalmente.
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