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21/10/2011 - 22h57

EUA pedem garantias a governo interino para encerrar capítulo na Líbia

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DA EFE, EM WASHINGTON

Os Estados Unidos exigiram nesta sexta-feira novas garantias ao Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, órgão político dos revolucionários, enquanto busca avistar o fim de sua atuação no país árabe, que começou com a operação militar em março e chegou ao clímax com a morte do ex-líder Muammar Gaddafi nesta quinta-feira.

Depois do anúncio da queda do ex-ditador, acompanhado da advertência do presidente americano, Barack Obama, de que "o caminho rumo à democracia será longo", Washington analisava com cautela nesta sexta-feira os próximos passos na Líbia, enquanto a Otan anunciava o fim da missão aliada para 31 de outubro.

O primeiro passo para a Casa Branca e o Departamento de Estado americano foi somar-se às exigências internacionais de uma investigação sobre as circunstâncias que rondaram a morte de Kadafi na quinta-feira, com a exigência ao CNT para que esclareça os fatos de maneira "aberta e transparente".

O porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Mark Toner, afirmou nesta sexta-feira que o Governo americano só teve acesso às mesmas imagens que repercutiram na quinta-feira nas televisões de todo o mundo, o que, segundo ele, "impossibilita uma conclusão clara e completa sobre os fatos".

Os diversos relatos sobre o ocorrido, como o das novas imagens que nesta sexta-feira mostravam Kadafi aparentemente com vida, supostamente antes de morrer, destacam as preocupações de Washington sobre "o que está ocorrendo exatamente", disse em entrevista coletiva o conselheiro adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Denis McDonough.

"Temos preocupações, mas essa preocupação com a situação na Líbia é justamente a razão pela qual o presidente tomou a ação sólida e decisiva que tomou há vários meses", assinalou McDonough, referindo-se à participação dos EUA na intervenção militar internacional iniciada em março passado na Líbia.

Esta intervenção começou após o sangrento conflito suscitado em fevereiro, quando protestos e levantes de rebeldes que exigiam a destituição do então líder Muammar Gaddafi foram reprimidos pelo regime líbio.

Já o representante permanente dos EUA na Otan, Ivo Daalder, compartilhou uma mensagem de triunfo após o anúncio preliminar de que a organização ocidental encerraria sua missão no país no próximo dia 31, após consultas com as Nações Unidas e o CNT.

"Este é um momento histórico para a Otan e o povo líbio, mas também para os Estados Unidos, cujo liderança garantiu o sucesso da operação", disse Daalder em entrevista coletiva por telefone.

A operação denominada Odisseia do Amanhecer custou a Washington US$ 1,1 bilhão entre março e setembro, segundo os últimos números do Pentágono, e nela, seus aviões não tripulados (drones) realizaram 145 ataques sobre terreno líbio.

Segundo Daalder, foi a "iniciativa americana" ao promover uma zona de exclusão aérea na Líbia que "permitiu aos demais aliados realizarem as operações militares", que "puseram a Líbia nas mãos do povo líbio".

As notícias da morte de Kadafi se traduziram quase num instante em um respaldo para Obama, cuja política na Líbia, muito criticada no início por líderes do Partido Republicano, foi finalmente reconhecida pela oposição interna, inclusive pelos mais conservadores, como os pré-candidatos Jon Huntsman e Michele Bachmann.

No entanto, a iminente retirada da missão aliada no terreno - que como Daalder esclareceu nesta sexta-feira, significará "o fechamento efetivo dos quartéis da Otan na Líbia e a transmissão das tropas ao comando geral" - não acabará com os muitos desafios de segurança enfrentados pelo CNT.

Junto à tarefa da transição rumo a eleições livres, os EUA esperam que o órgão político do novo regime "trate os prisioneiros de guerra de forma humana e se comporte de acordo com os padrões internacionais de justiça e direitos humanos", indicou Toner nesta sexta-feira.

A liderança dos EUA como grandes impulsores da missão militar sofre ainda a dificuldade de que o CNT controle as várias milícias que se encontram sob o comando revolucionário, além de outro desafio mais espinhoso: localizar, antes de qualquer grupo terrorista, os cerca de 20 mil mísseis perdidos durante o regime do ex-ditador.

 

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