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19/12/2012 - 10h12

Corintiano está de alma lavada, afirma leitor

LEITOR CARLOS CARAM
DE SÃO PAULO

Todo corintiano está de alma lavada. Eu também. Curti a vitória contra o Chelsea com minha filha, a também corintiana, Giuliana Caram (que nasceu há 16 anos, a tempo de ver muitas vitórias e títulos do nosso time). Porém, ela não teve o prazer de assistir a Sócrates, Rivelino, Neto, Marcelinho, Basílio, Wladimir, Casagrande, Vampeta, entre tantos outros. Mas eu consegui levá-la para ver um único jogo ao vivo, no Pacaembu.

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Devido à falta absoluta de segurança nos estádios, tive coragem apenas de levá-la para ver o time de Ronaldo e Roberto Carlos. Um time em um momento que, apesar de não ter as vitórias que todos desejávamos, iniciou toda essa era de alegrias que agora se materializa. Ronaldo é um eterno ídolo que ela aprendeu a entender, e que a ensinou o que é a paixão corintiana -ele mesmo, um dos maiores jogadores do mundo de todos os tempos, virou mais um no bando de loucos, como declarou. Sucumbiu ao inevitável.

Lembro do primeiro jogo que assisti com meu pai. Corinthians e Vasco, no Parque Antártica, com o timão ganhando de 1 a 0, gol de Rivelino.

Hoje, depois de 41 anos desse meu primeiro jogo, sei que meu pai ficaria muito feliz ao ver o timão bicampeão mundial. A presença de Giuliana ao meu lado é emblemática - talvez esse momento também fique marcado para ela. Eu lembro que meu pai, invariavelmente, comentava aos 15 ou 20 do primeiro tempo: "O Corinthians não chutou uma bola ao gol, como pode querer ganhar assim?".

Ricardo Nogueira - 16.dez.2012/Folhapress
Tite comemora ao final da partida contra o Chelsea realizada no Yokohama Stadium, em Yokohama, no Japão
Tite comemora ao final da partida contra o Chelsea realizada no Yokohama Stadium, em Yokohama, no Japão

Ela implica porque eu falo que a cada bola vai ser gol. "É agora", insisto. E ela me diz para ficar quieto, que quando fico quieto o gol sai! Obedeci. No lance do gol, ia falar e me segurei. Pensei nela. Ela tinha razão! Gol. Título. O mundo conquistado! Reconquistado!

Mas minha alegria transcende o que a maioria dos corintianos talvez esteja sentindo. Além do paralelo do que vivi com meu pai e que agora vivo com minha filha, esse momento mexeu com meus valores. Por vários motivos.

Tite é um técnico de equipe. Literalmente. Sabe, como ninguém, valorizar o grupo, ser justo, premiar por desempenho, e tudo isso sem ferir personalidades ou individualidades.

Outro motivo foi a postura da equipe. Fiquei literalmente emocionado quando o Corinthians enfrentou o Bahia pelo campeonato Brasileiro. Não, não valia nada. Para o timão era apenas um jogo a mais. O empate de 1 a 1 no Pacaembu complicou o rival baiano e fez o Palmeiras ficar a quatro pontos de sair da zona do rebaixamento. Ou seja, o Corinthians não aliviou para o Bahia, não prejudicou o Palmeiras.

Dirigentes competentes, que não atrapalham em nada o trabalho da equipe, e ajudam a manter o que precisa ser mantido - Andres Sanches manteve Tite mesmo perdendo a Libertadores anterior. Teremos nosso estádio para a abertura da Copa do Mundo. Campeão Brasileiro. Campeão da Libertadores. Bicampeão Mundial. O time com a maior torcida do país, empatado com o Flamengo (dados do Datafolha).

Por todos esses e outros motivos tenho grande orgulho desse dia. Alma lavada. Digam o que quiserem, não me importa. O corintiano se basta. A grandeza desse time irá demonstrar ao mundo o que é a verdadeira tradução da paixão pelo futebol, de um sonho que se torna realidade. Numa única palavra: Corinthians.

*

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