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16/09/2008 - 02h30

Fumo, patrtos, economia, sustentabilidade, democracia, energia

da Folha Online

Fumo

"Nada há mais impróprio e inconveniente, senhor Bob Sharp ('Painel do Leitor', 15/9), do que os fumantes matarem os não-fumantes (sete por ano, atualmente, segundo a Folha, apesar de todas as restrições) e emporcalharem a saúde de milhões de outros não-fumantes, inclusive parentes, 'em harmonia, como fizeram até hoje'. Os fumantes também obstam a liberdade dos não-fumantes. Não consigo permanecer num ambiente fechado se vejo alguém soltando fumaça pelas ventas. Senhor governador, mãos à obra pela saúde e liberdade da população!"

MANUEL AMARO (São Paulo, SP)

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Partos

"A Folha mais uma vez confirma seu compromisso com o leitor ao propor o debate em torno dos tipos de parto na sociedade brasileira. Assim, é preciso que se diga que, além de fisiológico, o parto é também um evento social, que ao longo da história foi submetido a um processo de medicalização cada vez mais crescente. Ao longo desse processo, a mulher foi destituída de seu papel de protagonista no processo de nascimento e o parto convertido em um ato médico. Desse modo, uma assistência obstétrica de excelência deve se basear nas evidências em científicas, que indicam que a mulher tem o direito de decidir sobre o tipo de parto que irá se submeter, nos casos que não envolvam risco materno-fetal, de maneira a garantir uma atenção integral à mãe e ao bebê."

EDEMILSON ANTUNES DE CAMPOS (São Paulo, SP)

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"Como ginecologista, atendo pré-natal e pós-parto para aproximadamente 150 a 200 gestantes em dois ambulatórios públicos em Belo Horizonte, e teria algo a analisar sobre a fala da enfermeira obstetra Roselane Gonçalves sobre a questão do 'parto humanizado' (''Painel do Leitor', 13/9).
A palavra 'humanização' vem sendo utilizada para os mais diversos interesses. Neste caso, é uma questão mercadológica. No meu dia-a-dia de trabalho, verifico que muitas mulheres teriam tido partos menos traumáticos se tivessem se submetido ao parto cesárea. Mas não o fizeram porque o parto cesariano está demonizado em nome da 'boa' intenção do parto natural e 'humanizado'. Isto só ocorre no parto público. O tempo de espera para a prova de trabalho de parto na assistência paga pelos planos de saúde complementar ou particular é menos extenuante (e acredito para o bem de todos). A luta contra a cesariana e pelo parto humanizado pode dar às enfermeiras obstetrizes um espaço para a sua luta pelo mercado mas, infelizmente, quem está sofrendo as conseqüências de partos muito laboriosos é a mulher pobre. A luta por uma boa assistência obstétrica a todas as mulheres, incluindo as mulheres assistidas pelo SUS, seria um bom combate. As possíveis parceiras enfermeiras obstetras não querem isto. Querem ocupar o lugar do médico obstetra e, para isto, utilizam indicadores e indicadores, misturando tudo à palavra 'humanização'. E encontram ressonância dentro do setor público da saúde, dominada por petistas e associados. Então podemos concluir, parodiando João Pereira Coutinho ( Ilustrada, 26/8): órfãos do marxismo adotaram, também, a moda da 'humanização' na assistência à saúde."

EDSON RECEDIVE BORGES (Belo Horizonte, MG)

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Economia

"Se a economia brasileira crescer mais que 5%, então teremos problemas com a demanda interna, porque acaba ultrapassando a produção nacional e, com isso, gerando um excesso de demanda que vai ser afetada tanto pela inflação ou por um possível desequilíbrio na balança comercial.
Mas diante desse cenário, o país está no caminho certo para melhorar o crescimento, ou seja, o Brasil está fazendo as coisas certas. Mas o nosso país passou por período de alta volatilidade econômica e política que, na minha visão, foi primordial no aumento da pobreza --isso se referindo na economia passada. No entanto, destaco que as mudanças não voltam, com efeito, rápido e isso exige alguns anos para incrementar a nossa capacidade de produção.
Mas o Brasil, com relação aos outros países do chamado Bric (Rússia, Índia e China), pode crescer não somente dentro do grupo, mas também no cenário global. Repito: o Brasil está indo na direção certa e se no meio do caminho nada dar errado, tanto no âmbito econômico e político, o país terá um papel diferente na economia global. Mas para isso precisamos que as autoridades brasileiras e o setor privado sejam persistentes, para que os investimentos na economia brasileira tenham um desempenho importante não só pensando no Bric mas também na economia global."

VALDO MOREIRA (Santo André, SP)

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Sustentabilidade

"Excelente o editorial 'Fortuna' e 'virtù' ( Opinião, 14/9), que destaca a última pesquisa Datafolha: 64% de aprovação ('ótimo' ou 'bom') do governo Lula pela população.
O referido editorial, talvez por exigüidade de espaço, não menciona a necessidade do atual crescimento econômico e conseqüente bem-estar social ser sustentável. Dizemos isto porque nem todos indicadores econômicos são bons, haja vista a piora das contas externas. Segundo Luís Carlos Bresser-Pereira, seria necessário proceder à desvalorização do real, o que causaria, temporariamente, a diminuição do poder aquisitivo da população. Abrindo parênteses: governo populista, como o atual, principalmente em ano eleitoral, não toma tal medida.
A política cambial atual, como aconteceu no primeiro mandato de FHC (paridade real/dólar), não garante a sustentabilidade do desenvolvimento do país."

GUARACI VIEIRA DE ALMEIDA (Campo Grande, MS)

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Democracia

"Concordo plenamente com o leitor Antônio Negrão de Sá ('Painel do Leitor', 14/9). Os estadunidenses afirmam que lá não há golpes. E precisa? Lá eles matam seus presidentes."

CARLOS C. DE FIGUEIREDO (Lavras, MG)

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Trabalhador doméstico

"Muito lúcido e com ótimas observações o artigo de Marcos Cintra ( Dinheiro, 15/9) sobre o trabalhador doméstico. Antes de votarem essa lei, os nossos 'bem intencionados' parlamentares deveriam ler e reler esse artigo, pois sem dúvida é o que vai acontecer. Deve-se observar as condições culturais e sócio-econômicas do nosso país, antes de causar um mal maior. O trabalhador doméstico merece toda consideração, respeito e direitos como é óbvio, mas não devemos ignorar que a maioria deles vem totalmente despreparada para a função, sendo que o convívio com a casa onde trabalha é que vem lhe trazer o aprendizado. São peculiaridades que não dá para ignorar. Se o governo quer fazer gentileza com o chapéu alheio, que antes pense em oferecer ao trabalhador doméstico cursos profissionalizantes."

CRISTINA REGGGIANI (Santana de Parnaíba, SP)

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Energia

"Parece-me improvável que o ministro Edison Lobão, com as suas 50 usinas nucleares em 50 anos, tenha tido reflexão tão oportuna e sugestiva como a de Luis Alberto Moreno em seu artigo 'A maior fonte de energia inexplorada do Brasil' ('Tendências/Debates', 14/9). Enquanto o visionário Lobão (com a alma inflamada de amores pela fonte energética, cujos resíduos radioativos ninguém quer no próprio quintal) exalta a sua 'grande' solução energética para o país, Moreno consegue ser grande na simplicidade de sua opinião. Ele aponta a eficiência energética como energia limpa e mais barata. Quem diria? Enquanto o mundo inteiro busca a sustentabilidade energética com redução de consumo e respeito à natureza, alguns homens de governo brasileiros andam na contramão da história: ainda acreditam no sustento de programas de energia poluente e esgotável. Definitivamente, ministro, o Brasil precisa de futuro, não de passado. É hora de ser menos visionário e mais futurista."

JULLIANA CUTOLO TORRES (São Paulo, SP)

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Eleições

"No momento mais decisivo da eleição em São Paulo, causa indignação ver Alckmin lutando praticamente só contra candidatos de outros partidos. O governador Serra, FHC e outros tucanos dão um péssimo exemplo, deixando não só de ajudar o companheiro de muitas lutas passadas mas, sobretudo, abandonando a bandeira do velho PSDB.
O saudoso Covas deixou lições: nunca abandonou companheiros e, se estivesse vivo, certamente estaria participando da luta."

ARI REZENDE DE SOUZA E SILVA (Marília, SP)

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Tributos

"Espantoso Marcio Pochmann ('Tendências/Debates', 14/9) achar que é um mito a tributação elevada no Brasil, quando do pobre, daquele que a Receita Federal dispensa do imposto de renda, o governo tira mais de 30% do que ele ganha em impostos!
Ora, se a carga tributária fosse baixa, os ricos contratariam assessorias para escapar dos impostos? Se os ricos recebem juros de uma dívida pública elevada e comem grande parte da arrecadação, não seria decorrência da incompetência e corrupção dos governos terem elevado desnecessariamente essa dívida? A verdade é que toda facilidade gera uma dificuldade.
A nossa tolerância com a criação de novos impostos e taxas, bem com o aumento das alíquotas dos existentes, foi a facilidade dada aos governos, que gerou a grande dificuldade que é a incompetência e corrupção nos governos, que trouxe como conseqüência a elevação dos impostos ao longo dos anos, apesar da carga tributária liquida, como diz o Pochmann, ter permanecido constante.
Com uma carga tributária de 35% do PIB, mesmo que seja fato que a carga tributária liquida seja 12% do PIB, não dá para engolir que a carga tributária elevada no Brasil seja um mito e muito menos acreditar que a criação de novos impostos, mesmo que esses venham atingir só os ricos, venham reduzir a arrecadação de imposto da maior parte da sociedade.
Creio que não é necessário muita investigação para concluir que precisamos mesmo é reduzir a incompetência e corrupção na política brasileira para que a carga tributária pese menos no PIB e principalmente pese menos no bolso do povo brasileiro."

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO (Campinas, SP)

 
 

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