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10/12/2008 - 02h30

PSF, educação, sociologia na escola, juros

da Folha Online

PSF

"Foi com propriedade que o dr. Pinotti ('Tendências/Debates', 30/11) abordou o caos atual do PSF (Programa de Saúde da Família). A idéia em si merece crédito, pois tem méritos concentuais. No entanto, a prática demonstra que está muito longe de atender aos seus objetivos. É mister repensar com urgência o PSF, pois, na forma atual, está fadado a seguir sendo apenas uma política de governo eleitoreira. Suas falhas passam pelo baixo grau de comprometimento de boa parte das equipes com a população, pela formação superficial, entre outros pontos. Enfim, virou um cabide de empregos para recém-formados em medicina e para médicos que buscam mais um bico para reforçar a renda. O PSF é mais uma face obscura de um governo que não tem política de saúde."

ANTONIO CARLOS LOPES, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (São Paulo, SP)

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Educação

"Excelente o artigo do filósofo Luiz Felipe Pondé ( Ilustrada, 8/12). O processo educacional deve ser considerado no seu sentido amplo. Muitos intelectuais reduzem educação à escolaridade. As fábricas também educam. A gestão taylorista-fordista e toyotista pretendem docilizar os corpos e as mentes da classe obreira. Os trabalhadores lutam, resistem. Mas a gestão avança, e com a psicologia aplicada busca, constantemente, a apropriação da subjetividade humana. Portanto, a educação emancipadora deve ser sempre crítica. Acredito que o professor na escola não deva ignorar a contribuição da ciência e da filosofia. O que significa trabalhar com os conhecimentos trazidos pelos estudantes? O professor não precisa estudar, pesquisar, aprofundar o conhecimento científico para realizar o diálogo crítico na sala de aula? Os estudantes não devem ter acesso aos conhecimentos produzidos pela humanidade? Os livros devem ser queimados nas fogueiras?"

FELIPE LUIZ E SILVA (São Carlos, SP)

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"Bastante pertinente o artigo 'Modas', de Luiz Felipe Pondé. No entanto, em tempos de internet, big brothers, mercado financeiro em baixa, apelo para o consumo em alta, como aliar a educação com a 'formação' e não com a 'profissão'? Afora os cursos de ciências sociais e humanas (e olhe lá!), todos os demais são 'feitos' para 'formar' profissionais."

GLATSON SANTOS (Belo Horizonte, MG)

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História e sociologia

"Sobre a reportagem 'Redução de aulas expõe falta de projeto, afirma historiador' ( Cotidiano, 9/12), esta secretaria informa que nenhum conteúdo de história deixará de ser aplicado em 2009. A carga horária da disciplina será igual à de química ou física, por exemplo.
Legislação federal obrigou São Paulo e todos os Estados a incluírem sociologia e filosofia na grade. São duas disciplinas que se juntam às dez do ensino médio. Com isso, sem exclusão de qualquer disciplina, é necessária a redução de carga de alguma área. Como história, filosofia e sociologia são de humanas e desenvolvem raciocínio crítico dos alunos.
O colégio Vértice atende 800 alunos e não pode ser comparado a uma rede com 5 milhões de alunos em 5.500 escolas. O Vértice atende alunos em tempo integral porque limita os que ali estudam."

DANILO VICENTE, coordenador de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (São Paulo, SP)

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"O caminho para o ensino fundamental e médio no Brasil não é diminuir cargas horárias de disciplinas e sim acrescentar cargas horárias para disciplinas novas. Considero equivocado opor língua portuguesa e matemática a história e sociologia. Lembro que história é também escrita, sociologia é também cálculo. Num antigo e ainda útil livro dos anos 50 do século 20, 'Ciências Humanas e Filosofia', Lucien Goldman defendia a necessidade recíproca de história e sociologia para não permanecermos numa historicidade apenas descritiva nem num sociologuês destituído de experiências concretas. Acrescento a isso a necessidade de entendermos todas as disciplinas escolares do ensino fundamental e médio como faces das humanidades, uma vez que são fazeres humanos que ajudam a entender os seres humanos."

MARCOS SILVA, professor titular de metodologia da história da FFLCH/USP (São Paulo, SP)

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"A Secretaria da Educação de São Paulo apressou-se em diminuir a carga das disciplinas de história e geografia para inserir na grade curricular sociologia e filosofia a fim de 'cumprir um lei federal'.
Ora, temos uma outra lei que o governo paulista disse que não irá cumprir, a chamada 'lei do piso'. Que governo é esse que escolhe as leis que cumpre ou não?"

MARA CHAGAS (São Paulo, SP)

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Juros

"O presidente Lula vive apregoando que os juros devem cair. A coisa mais fácil para o presidente é diminuir os juros, pois basta dar instrução aos presidentes do Banco do Brasil, da Caixa e do Banco do Nordeste, que têm em conjunto quase 50% do crédito do país, e o assunto estará resolvido. Talvez o presidente não saiba deste poder que possui."

MARCO ANTONIO MARTIGNONI (São Paulo, SP)

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Criacionismo

"Ao ler a carta do multitulado sr. Claudio Weber Abramo ('Painel do Leitor', 8/12), recordei-me de lição de excelente professor de filosofia da UFMG, Hugo Amaral, em que ele ensinava ser falsa a contraposição entre religião e razão. O oposto desta seria, exclusivamente, a violência. Norberto Bobbio já apontava para o paradoxo consistente em que a única intolerância deve ser dirigida contra os intolerantes. Em excelente livro, Umberto Eco e o cardeal Martini, arcebispo emérito de Milão, discutem se é necessário fundamento religioso para um agir ético. Discordam da forma mais respeitosa. O problema não é debater criacionismo ou evolução, mas, sim, fazê-lo de forma sectária, desqualificando em princípio a posição divergente. O que vi na carta referida foi prepotência, arrogância e desrespeito, todos eles inimigos da razão."

CARLOS FREDERICO GUSMAN PEREIRA (Belo Horizonte, MG)

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Justiça

"Esse país não é sério mesmo. Enquanto uma garota está presa por pichar as paredes da Bienal, tantos criminosos de colarinho branco estão soltos por aí. É mais um dos absurdos que esse país produz."

FERNANDO CATALANI (São Paulo, SP)

 
 

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