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11/09/2009 - 02h30

Chuvas, Crise, Judiciário, Pesquisas, Polícia, Fórmula 1

da Folha Online

Chuvas

"É maravilhoso e oportuno o texto de Clóvis Rossi, 'São Paulo e a maldição' (10/9). A capital paulista é um caos, em qualquer situação. Os impostos que deveriam melhorar a qualidade de vida dos paulistanos infelizmente não são aplicados. Quem fala que São Paulo não para está enganado. Ontem, a Primeira Página da Folha estampou que 'Kassab usou só 7% da verba para os piscinões'. Então fica difícil conter as inundações. A própria população não foi educada o suficiente para colocar o lixo no seu devido lugar. Quando chove, o lixo vai direto para os canais e bueiros. A maldição recai sobre o próprio povo que não cobra dos políticos os seus direitos."

ADALBERTO FERNANDO SANTOS (Taubaté, SP)

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"Não faltava mais nada: o prefeito Gilberto Kassab culpar a ex-prefeita Marta Suplicy pelas chuvas! Essa é muito boa; espero que o atual prefeito se toque e assuma suas responsabilidades em vez de procurar culpados, ainda por cima uma pessoa que já não é prefeita faz tempo. Aliás, Marta, na antiga gestão, já levou bastante porrada por causa da chuva, fenômeno da natureza. Nisso o governador de São Paulo está correto: não há como impedir que chova, ora essa! E chuva faz bem, limpa a cidade, nos faz respirar melhor. Acontece que, na gestão Marta, a oposição, a população e a mídia culpavam a prefeita inclusive pela morte de um menino, caído num bueiro destampado, cuja tampa foi roubada! E Marta foi lá, debaixo de chuva, ver o que aconteceu, e ainda solidarizar-se com a família. E Kassab? Também compareceu ao local de desabamento de casas em barrancos, em que pessoas morreram? A ex-prefeita nem deveria se dar o trabalho de responder aos ataques de fúria do atual prefeito. Com o qual, num ponto, eu concordo: a população tem sua parcela de culpa --e como tem!-- ao jogar lixo nas ruas, para desgraça de todos nós, que zelamos pela cidade e cumprimos com nossos deveres. Quem suja as ruas e reclama de enchente e de trânsito caótico deveria era primeiro pôr a mão na consciência. Acontece que há indivíduos de má índole que querem mais é ver o circo pegar fogo. A natureza agora vem cobrar com juros a destruição do meio ambiente, o desenvolvimento desenfreado, a qualquer custo, a poluição, os milhões de veículos nas ruas, infernizando nossas vidas, nos matando. Tudo a ver com as palavras da raposa falante da polêmica obra-prima do Lars von Trier, 'Anticristo': o caos reina."

RENATA RODRIGUES (São Paulo, SP)

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"É no mínimo discutível a crítica de profissionais urbanistas ouvidos pela Folha à ampliação da marginal do Rio Tietê, na medida em que consideram que colocar mais asfalto ao longo do rio Tietê significa impermeabilizar o solo mais do que já está. O elevado nível freático na várzea do rio impede a percolação da água no solo e se a superfície for asfaltada ou não, sendo insignificante a diferença com relação ao fluxo das águas ao longo do rio. Além disso, nenhum desses profissionais reconhece que o projeto do Estado prevê o plantio de mais de uma centena de milhares de árvores nos arredores em substituição das poucas hoje existentes, a maioria ainda incipientes, plantadas anteriormente nos canteiros remanescentes sem qualquer critério paisagístico. O problema não é ali, está à montante dos córregos que levam as águas da chuva até o canal do rio Tietê que, pela vazão insuficiente mesmo com o recém-concluído projeto de rebaixamento da calha, acaba transbordando. Precisamos lembrar que as enchentes são provocadas ou agravadas não por essa 'impermeabilização' de uma pequena faixa da várzea do Tietê, mas por outros fatores, de difícil solução, como a intensa urbanização na região metropolitana de São Paulo como um todo, incluindo as encostas de seus muitos morros e ocupação de áreas protegidas pela Lei dos Mananciais, essa sim geradora de impermeabilização do solo e da insuficiente absorção da água das chuvas, que vem sendo contida por meio dos 'piscinões' e por outras medidas, como arborização intensa de passeios públicos, cisternas em novos edifícios, tetos verdes, calçadas drenantes e o uso de concreto drenante para o leito de vias, ainda pouco exploradas em São Paulo apesar de avanços recentes na legislação municipal. Já o problema dos engarrafamentos de trânsito é decorrente do investimento insuficiente no transporte de massa ao longo do processo de urbanização da metrópole, que o atual governo paulista está empenhado em corrigir, com os grandes recursos financeiros e técnicos aplicados no Metrô e trens metropolitanos previstos para os próximos anos, e que já estão trazendo alguma melhora à mobilidade da população na região metropolitana. Mesmo assim, precisaremos, por muito tempo ainda, de todas as opções para essa mobilidade, para permitir o vaivém da imensa população de mais de 18 milhões de habitantes dessa região, a quarta maior do mundo, o que inclui o viário, junto com as devidas compensações ambientais e bons projetos paisagísticos e ambientais em escala macro metropolitana, como o imenso Parque Várzea do Tietê, que ligará Salesópolis até Guarulhos, também obra do atual governo estadual."

BRUNO ROBERTO PADOVANO, arquiteto, professor livre docente da FAU-USP (São Paulo, SP)

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"Aconteceu de novo em São Paulo. Grandes chuvas e, com elas, enchentes. Foi um transtorno geral no trânsito, pessoas morreram em desabamentos, telefones deixaram de funcionar, faltou luz em vários bairros, porém uma coisa ficou patente: Gilberto Kassab, nosso prefeito, não apareceu em nenhum lugar para tomar ou mandar que tomassem providências ou consolar e oferecer um pouco de carinho aos paulistanos. Vimos também que, com a diminuição da verbas para remoção de lixo, aliada à desídia dos responsáveis por isso, muitos bueiros ficaram bloqueados. Ruas viraram há tempos depósito de entulho e detritos, mas a prefeitura e os administradores ou são irresponsáveis ou não estão preparados para as funções que ocupam."

CARLOS EDUARDO DE BARROS RODRIGUES (São Paulo, SP)

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Crise

"Ao ler e ouvir as notícias sobre o fim da crise econômica no Brasil, me vem à lembrança a frase de nosso presidente Lula afirmando que 'a crise no Brasil será uma marolinha'. À época e mesmo recentemente, a frase foi ridicularizada por muitos, criticando a ingenuidade do presidente ao fazer tal afirmação. Agora que os órgãos da mídia publicam números que atestam a saída do Brasil da crise econômica, vejo que nosso presidente tinha razão. Sua visão política e o conhecimento que ele tem da realidade brasileira lhe deram os elementos necessários para fazer tal afirmação, numa linguagem simples, entendida por todos, que hoje se confirma e faz os críticos se recolherem ao silêncio."

EDERSON BUSTAMANTE (Belo Horizonte, MG)

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Judiciário

"Jamais me esquecerei do artigo 'Luta de Classes no Brasil', publicado por esta Folha, cujo autor é Eduardo Graeff. Não faz muito: 3/7/2008. Em síntese, o autor aduziu acerca do descompasso entre os salários dos magistrados que, segundo ele, são maiores do que os proventos pagos aos juízes de países ricos. Agora, imagino que, com o aumento de 9%, votado ontem pela Câmara, os salários ficarão ainda mais altos que os de Primeiro Mundo. Num Estado Democrático, garantias aos magistrados nunca são demais. Ocorre que o estratosférico salário, a desencadear aumentos a promotores e juízes nos Estados, além de desproposital, é um acinte às demais classes, as quais passam anos sem reajustes que, no mínimo, garantiriam dignidade. O que se vê, no andar debaixo, é o descumprimento de data-base e greves generalizadas que prejudicam a sociedade. Param os policiais, os professores, os médicos etc. A propósito, os jornais, quando das greves, não custam a produzir editoriais contrários às manifestações. Algum diário está disposto a comentar o aumento que certamente será concedido à toga, em época de crise econômica?"

RENATO ALESSANDRO DA SILVA (São João da Boa Vista, SP)

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Pesquisas

"Há algum tempo atrás, para ser um pouco mais preciso há cerca de 5 anos, tramitou no Congresso Nacional Brasileiro uma lei que atribuía aos evangélicos a exclusividade da atividade de psicanálise. Já pensou que desespero! Não que sejamos contra os evangélicos, mas temos tudo contra os evangélicos terem a exclusividade da psicanálise. Afinal de contas, cada macaco no seu galho. Já pensou 100 anos de ciência de repente nas mãos do sobrenatural! E de repente me deparo com a notícia na Folha de quinta-feira, 10/9: "Senado inclui restrições a pesquisas na lei eleitoral". Isso é muito próximo de atribuir exclusividade da psicanálise aos evangélicos, ou seja, o Senado Federal legislando sobre algo que não tem a menor ideia e a mínima formação. Senão vejamos: segundo a emenda, dados socioeconômicos, como sexo e grau de instrução, terão de seguir o padrão do IBGE. Ora, isso é tão absurdo como dizer que, tomando como base os dados do IBGE, há mais mulheres do que homens, e mais jovens do que idosos, no prédio onde moro. Pois não só o correto, mas o mandatório é que uma amostra para ser representativa de um universo tenha que ser extraída desse mesmo universo. No caso de pesquisas de intenção de voto, o universo a ser considerado é o universo de eleitores e, portanto, a amostra deve ser extraída desse universo e não do total da população. Ou seja, o que estamos aqui contestando é o Senado se imiscuir nos critérios metodológicos de uma pesquisa de intenção de voto. Só falta o Senado estabelecer critérios para os procedimentos cirúrgicos da área médica. Deus nos livre..."

JULIO C. G. TANNUS, pesquisador de mercado (São Paulo, SP)

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Polícia

"A foto na página C6 da Folha de 9/9, em que se vê um policial apontando uma pistola contra professores que manifestavam em frente à Assembleia Legislativa do Rio, não mostra uma 'confusão', como diz a legenda, mas um absurdo que permeia a mentalidade da polícia brasileira (e não só): fosse o Brasil um país realmente preocupado com a democracia de fato e esse tipo de 'confusão', arma letal apontada contra pessoas que fazem uso dos seus direitos constitucionalmente garantidos, ganharia a primeira página do jornal e causaria de imediato a demissão do policial e a queda dos seus superiores. Além de nova manifestação. E se é assim com professores, em manifestação no centro da cidade do Rio, noticiada pela imprensa, não é difícil imaginar como não é em Heliópolis. Mas para a imprensa, como para o Estado --enfim, para a nossa elite--, a violência é sempre culpa do crime organizado, o povo é sempre ignorante e facilmente manipulável, a democracia é sempre um valor a ser defendido a tiros de revólver contra quem quiser fazer uso dela."

DANIEL GORTE-DALMORO (Campinas, SP)

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"Quanto à missiva publicada nesta Folha, (Painel do Leitor, 04/09/09, pág. A3), aonde o nobre delegado de Polícia da Cidade de Bauru, neste Estado, dr. Edson Cárdia, escreve: 'Atiça a sua força pública contra professores e policiais civis em passeata, fulminando o direito de protestar', não considera que a Polícia Civil também é força pública por previsão constitucional e, em certa ocasião, policiais civis ameaçavam invadir a sede do Executivo Paulista, exorbitando em muito os limites também constitucionais da livre manifestação desde que pacífica, o que se aplica a qualquer segmento ou categoria profissional."

ÍRIO TRINDADE DE JESUS, policial militar (São Paulo, SP)

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Fórmula 1

"Esse depoimento de Nelsinho Piquet prestado a FIA é bastante claro, comprometedor e detalhado, não deixando quaisquer dúvidas quanto à sua veracidade. A renovação de seu contrato com a Renault não serve de pretexto para que Nelsinho provocasse o acidente, pois vidas estavam em risco, inclusive a sua. Dessa forma, piloto, Briatore e Symonds não podem jamais participar da Fórmula Um, senão a categoria seria de fato um verdadeiro 'circo'."

HABIB SAGUIAH NETO (Marataízes, ES)

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