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01/07/2012 - 05h59

Grupo de Cachoeira fez saques de R$ 16 milhões em ano eleitoral

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BRENO COSTA
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O volume de saques realizados no ano eleitoral de 2010 a partir de empresas fantasmas criadas pelo esquema do empresário Carlos Cachoeira é quase o dobro do que a Polícia Federal havia identificado na Operação Monte Carlo.

Dados de quebras de sigilo bancário de empresas ligadas a Cachoeira enviados à CPI mostram que o dinheiro sacado naquele ano passa de R$ 16 milhões. A PF identificara R$ 8,5 milhões.

O destino do dinheiro é sabido, mas integrantes da CPI do Cachoeira suspeitam que esses milhões tenham irrigado campanhas eleitorais.

O dinheiro tem como origem a empreiteira Delta, principal fonte de recursos das empresas fantasmas usadas pelo esquema Cachoeira e maior recebedora do governo federal desde 2007.

Após o escândalo, ela foi declarada inidônea e impedida de contratar com a União.

As informações em poder da CPI mostram detalhes da movimentação bancária de uma firma do grupo de Cachoeira chamada JR Prestadora de Serviços. Segundo a PF, ela está em nome de laranja e nunca funcionou no endereço registrado.

A PF descobriu que Geovani Pereira, contador de Cachoeira e foragido desde fevereiro, era a pessoa que movimentava a conta da JR.

Mas a PF não obteve os dados bancários conseguidos agora pela CPI. Eles mostram que R$ 7,8 milhões foram sacados dessa empresa entre abril e agosto de 2010.

Para efetuar os saques, a JR emitia cheques nominais a si própria; após isso, pessoas autorizadas pela empresa descontavam os cheques.

Em transações normais, a praxe é que os cheques sejam nominais aos favorecidos.

Outro fator que levantou suspeitas da CPI é que 60 dos 90 cheques eram de R$ 99 mil --logo abaixo do limite de R$ 100 mil, a partir do qual a operação é comunicada ao Ministério da Fazenda.

Em abril a Folha revelou saques de R$ 8,5 milhões da conta de outra empresa fantasma. O padrão era o mesmo: saques de R$ 98 mil.

A Folha não conseguiu localizar os sócios da JR. Relatório da PF, de 2011, aponta que no endereço da empresa registrado na Receita funciona uma outra firma.

Editoria de Arte/Folhapress
 

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