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08/08/2012 - 12h08

Em meio a período eleitoral, ministra defende uso do caminhão-pipa para seca

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KELLY MATOS
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social) defendeu nesta quarta-feira (8) o uso de caminhões-pipa como forma de auxiliar a população que vive em regiões afetadas pela seca, a despeito de acusações de desvios em função do período eleitoral.

"Sempre vai acontecer desvios e problemas até porque estamos atuando lá na ponta. Mas o governo federal acha que não é possível a gente, porque é período eleitoral, deixar a população passando sede, deixar as crianças, as pessoas, sem água, nem para alimentação. Os carros-pipa estão sendo fiscalizados, quem está coordenando essa ação é o Exército brasileiro, para tentar evitar desvios", afirmou a ministra.

Estiagem marca volta de 'coronéis da água'
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Tereza Campello participou da apresentação de um balanço de um ano do programa "Brasil sem Miséria".

Reportagem da Folha revelou, na última segunda-feira, que a disseminação das cisternas no Nordeste ressuscitou nesta estiagem os carros-pipa, ícones da chamada indústria da seca, e os chamados "coronéis da água".

Em várias cidades, moradores contam que a entrega de água obedece a critérios políticos: quem não vota no candidato que controla os caminhões não recebe a água.

Atualmente, o governo federal aluga 3.700 carros para a região Nordeste, controlados pelo Exército. No entanto, os equipamentos são insuficientes. Segundo a Folha apurou, moradores compram água de particulares, que cobram entre R$ 120 e R$ 180.

OBRAS

Cícero Félix, coordenador de uma ONG que trabalha com o conceito de convivência com o semiárido, afirma que "os novos e os velhos coronéis estão vendo a estiagem como uma forma de manter seus poderes com as distribuições assistencialistas."

As obras anunciadas contra a seca, como a transposição do rio São Francisco, não foram concluídas. Faltam também adutoras, açudes, estradas, ferrovias e silos para a armazenagem de grãos.

As cidades ainda não têm condições, sozinhas, de realizar as obras que dotariam os moradores de estrutura para enfrentar a estiagem.

De cada R$ 100 que passam nos cofres dos municípios, R$ 6 são de impostos e taxas próprias, em geral os recursos com que se consegue fazer obras.

Danilo Bandeira/Editoria de arte/Folhapress
 

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