Convocado, deputado tucano pede para adiar depoimento na CPI do Cachoeira

Convocado para depor na CPI do Cachoeira, o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) informou, no fim da tarde de ontem, que não que não iria comparecer a sessão desta terça-feira (4) e pediu que seu depoimento fosse adiado. A sessão de hoje também convocou André Teixeira Jorge, ex-funcionário da Delta, mas ele permaneceu calado.

Por meio de ofício encaminhado à CPI, Leréia afirmou que tem "importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos". O deputado se colocou à disposição da comissão para prestar depoimento a partir do dia 18 de setembro.

De acordo com investigações da Polícia Federal, o parlamentar teria recebido dinheiro da organização do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Leréia se declarou amigo do empresário e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.

Na Câmara, o PSOL encaminhou pedido de abertura de processo contra o parlamentar. Uma comissão de sindicância votou pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética, mas a decisão final cabe à Mesa da Câmara dos Deputados.

EX-FUNCIONÁRIO DA DELTA

André Teixeira Jorge, que era motorista de Cláudio Abreu, o ex-gerente da construtora Delta, foi convocado pela CPI, mas obteve habeas corpus para ter o direito de permanecer em silêncio.

Já no início da sessão, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), dispensou o ex-funcionário da construtora.

Ele é apontado pela polícia como integrante da organização. As investigações apontam, ainda, que sua evolução patrimonial e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele seja usado como "laranja" pelo grupo.