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Mensalão atrapalhou Haddad, diz Maria Victoria Benevides
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BERNARDO MELLO FRANCO
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Em ato de artistas e intelectuais em apoio a Fernando Haddad, a socióloga Maria Victoria Benevides criticou ontem o STF (Supremo Tribunal Federal) e disse que o julgamento do mensalão atrapalhou o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.
A professora da USP (Universidade de São Paulo) afirmou que os intelectuais ligados ao partido estão "abalados" com as condenações.
"Esperaram sete anos para fazer o julgamento na véspera da eleição. Isso explica por que o Haddad não deslanchou mais rápido", disse.
"Estamos abalados. Eu estou abalada porque acho que há uma dose de manipulação e de injustiça flagrante. Considero que é um julgamento político, não jurídico."
O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa disse que "a estrutura política brasileira é essa". "O Fernando Henrique Cardoso teve uma segunda oportunidade de ser presidente por causa de todo o mensalão que houve ali. Foi muita gente comprada."
Haddad não quis comentar as declarações de Benevides. "Minha opinião sobre este caso [o mensalão] já está registrada", disse na saída.
No palco, ele ironizou o ato de intelectuais por José Serra (PSDB). "Confesso que tremi nas bases. Era aquela meia dúzia de pessoas", disse.
Ele criticou a promessa do tucano de criar três museus: o carro, da moda e da canção brasileira. "A única atitude coerente dele seria colocar num museu as suas ideias."
O filósofo Vladimir Safatle, que é colunista da Folha e ajudou no programa de Haddad para o setor, também atacou a ideia. "Essa concepção de cultura é digna de uma Disneylândia de província e devia causar vergonha."
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, pediu que os artistas se engajem na campanha e peçam votos para Haddad.
A plateia se divertiu com o discurso de Zé Celso, que chamou o candidato de "gostoso" e disse que São Paulo é "dominada pelo caipirismo e pela retenção anal".
Ele pediu que eleitores de Gabriel Chalita (PMDB) façam voto útil para levar o petista ao segundo turno. "Ele não pode dizer isso, mas eu posso", afirmou. Haddad riu.
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