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Ex-verde, tucano surpreende em disputa em Recife
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NATUZA NERY
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE
FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
Ele não tem cara de tucano, cor de tucano e não usa no material de campanha a imagem da ave-símbolo de seu partido, o PSDB.
Candidato à Prefeitura de Recife, Daniel Coelho, 33, transformou-se na grande surpresa da eleição da capital de Pernambuco.
Em apenas dez dias, desbancou o petista Humberto Costa do segundo lugar e hoje desafia o favorito Geraldo Julio (PSB), afilhado político do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
Sua presença em um provável segundo turno adicionaria tempero nacional à disputa, com poder de provocar o que até agora parece improvável: uma reaproximação entre PT e PSB.
O divórcio ocorreu quando Eduardo Campos decidiu lançar nome próprio contra o PT. A decisão fissurou a relação do governador com o ex-presidente Lula.
Foi justamente esse litígio que pavimentou o crescimento de Daniel Coelho nas pesquisas. Ele se exibiu como "o novo": um candidato "sem padrinhos poderosos".
Conseguiu, com pouco dinheiro e muito discurso, colocar-se como alternativa de poder em Recife.
"Nós somos a verdadeira candidatura de esquerda aqui. No palanque do PSB estão todos aqueles que governaram Recife nos últimos 50 anos", disse ele à Folha.
Daniel, como gosta de ser chamado, usa sandálias de couro, faz de casas de palafita o cenário de seus programas de TV e contesta a custódia do voto popular nas mãos do PT e do PSB.
É visto pelos correligionários do Sudeste como dono de uma fórmula viável para chegar ao eleitor de baixa renda.
Outra raridade: deve ser um dos poucos tucanos a não usar o julgamento do mensalão como ativo eleitoral.
"O que o mensalão tem a ver com a vida do povo do Recife? Se combato a nacionalização da campanha aqui e critico padrinhos que adversários usam para ganhar voto, como vou nacionalizar?"
Um detalhe curioso: em Recife, quem toma conta da imagem do tucano de plumagem verde é um marqueteiro de nome "sui generis": Lula.
No palanque, o candidato abusa do mote ambiental, a causa de sua vida pública. Fala em "onda verde" e só sai às ruas vestindo verde-claro. Comprou dez camisas iguais.
A cor vem do PV, partido que deixou há um ano para ingressar no PSDB e pelo qual se elegeu vereador e deputado estadual.
E onde está o azul tucano? Na campanha rival do candidato do DEM, Mendonça Filho, ou no jeans que sempre usa como uniforme.
"Não é verdade que eu escondo o meu partido. O azul já tinha dono e o amarelo [outra cor do PSDB] é de Geraldo Julio." Nas bandeiras, só mesmo o 45.
Apesar de o verde do candidato não combinar com combustível fóssil, vieram de dois postos de combustíveis as únicas doações de empresas privadas, no valor total de R$ 135 mil. Coelho, a propósito, é dono de um deles.
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