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23/02/2013 - 07h32

Procurador do caso Lula é escolhido por sorteio em Minas Gerais

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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

O procurador da República que poderá propor ação contra o ex-presidente Lula e torná-lo réu num processo derivado do mensalão já serviu aos governos do PSDB e do PT antes de chegar ao Ministério Público Federal, em 2004.

Leonardo Augusto Santos Melo, 36, foi o escolhido por sorteio na Procuradoria da República em Minas para analisar o depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza acusando Lula de envolvimento com o mensalão.

Procuradoria em Minas analisa depoimento de Valério que acusa Lula

Ele foi advogado da estatal Caixa Econômica Federal em 2001 e 2002 e em seguida ingressou por concurso na procuradoria da Advocacia-Geral da União, ainda no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Melo ficou na AGU, lotado no INSS, até 2004, quando o país já era governado pelo petista Lula (2003-2010). No ano anterior, ele prestou concurso no Ministério Público Federal (MPF), foi aprovado e ingressou na Procuradoria da República em Minas.

Ele começou em Uberlândia e passou pela procuradoria em Varginha, antes de chegar a Belo Horizonte, onde agora coordena o núcleo do Patrimônio Público da Procuradoria da República em Minas Gerais.

Mineiro, formado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Melo completará em 15 de março nove anos no MPF-MG.

Coube a ele averiguar a suposta ligação do ex-presidente da República com o mensalão. Terá de analisar ao menos 13 mil páginas de documentos para verificar se há conexão de Lula com o esquema, como afirmou Valério. Por causa do grande volume de trabalho, não há prazo para ele concluir as análises.

Em setembro passado, quando a ação principal do esquema de corrupção montado pelo PT estava sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal, Valério, condenado a 40 anos de prisão, procurou a Procuradoria Geral da República para acusar Lula.

Em depoimento, o empresário disse que o ex-presidente sabia da existência do esquema e que recursos do mensalão teriam custeado despesas pessoais do petista em 2003, quando já ocupava a Presidência.

O advogado Marcelo Leonardo, que defende Valério, não comenta o depoimento do seu cliente. Sobre Melo, diz se tratar de "um bom procurador".

O trabalho inicial de Melo será checar as seis ações em Minas Gerais decorrentes de desmembramentos do mensalão, das quais Valério já foi condenado em duas.

Há mais documentos em procedimentos de investigação que não viraram ação e que poderão ser manuseados novamente, o que aumentaria muito mais o volume de páginas a analisar.

Se encontrar conexão, Melo poderá propor ação contra Lula.

O pedido de averiguação foi enviado à Procuradoria em Minas Gerais pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Por ser ex-presidente, Lula não tem direito a foro privilegiado.

 

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