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Missionárias divulgam carta contra liberdade de condenado por morte de Dorothy
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DA AGÊNCIA BRASIL
As irmãs Notre Dame Rebeca Spires e Jane Dwyer divulgaram neste domingo em Belém uma carta aberta dirigida aos 11 desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará. Elas fazem um "apelo" para que Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, volte para a prisão por causa do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, ocorrido em fevereiro de 2005 em Anapu (PA).
Taradão foi condenado a 30 anos de prisão como mandante do homicídio, em júri popular encerrado em 1º de maio. Dezenove dias depois do julgamento, o réu conseguiu, por decisão liminar, um habeas corpus e saiu da prisão. A decisão definitiva deverá ser tomada nesta segunda-feira (7) pelo colegiado dos desembargadores do TJ.
Na carta, as irmãs afirmam que Taradão não preenche os requisitos legais --tais como ser réu primário, ter bons antecedentes e ocupação lícita-- para aguardar em liberdade novo julgamento conforme apelação da decisão do júri popular.
Para as irmãs, Taradão "é grileiro de terras públicas em fazendas com papelada fraudada em nome de laranjas, produtos de invasões praticadas no fim dos anos 90".
Conforme a carta, Taradão "não é inocente" e nem réu primário, pois "é um especialista em fabricar falsos documentos, em montar fraudes para interferir na ação da Justiça, aliciar e intimidar testemunhas".
A ameaça a testemunhas também é lembrada pelo diretor de Defesa dos Direitos Humanos, Fernando Matos, da Secretaria de Direitos Humanos. "Estamos muito preocupados. Há uma testemunha que levou cinco tiros e está sob proteção", disse, acrescentando que "não faz sentido" o Ministério Público pedir proteção da testemunha e a Justiça conceder liberdade ao réu.
A reportagem tentou hoje ouvir o advogado de defesa de Taradão, Jânio Siqueira, mas não obteve retorno das ligações. No julgamento, Taradão negou ter participado do crime.
Na decisão do habeas corpus, os desembargadores ouvirão as sustentações orais da defesa e da Procuradoria ou da Promotoria. Os advogados das missionárias, assistentes de acusação, não poderão se manifestar. Há 15 dias, a acusação enviou ao TJ um memorial sobre os supostos crimes cometidos por Taradão.
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