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Delegado afirma que office boy se ofereceu para prestar depoimento
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ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
O delegado José Emílio Pescarmona, responsável pela investigação da quebra do sigilo da empresária Veronica Serra, disse não ter utilizado nenhum de seus policiais para encontrar e para convencer o office boy Ademir Estevam Cabral, 51, a prestar depoimento hoje.
Segundo o policial, ele buscou antigos amigos do bairro da Barra Funda (região central de SP) para saber todos os detalhes da vida do office boy.
"Quando falaram que ele frequentava a Barra Funda, em meia hora eu sabia até quem era o barbeiro dele. Eu me criei na Barra Funda", afirmou.
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Pescarmona disse ainda que foram esses amigos que convenceram Cabral a ir até a delegacia. Deram inclusive a garantia de que ele não seria preso. O que foi cumprido.
"Ele é uma pessoa muito humilde. Estava com vergonha. Até por isso ele não foi a Polícia Federal até hoje."
Cabral também colocou-se à disposição da polícia para participar de uma acareação com o técnico em contabilidade Antonio Carlos Atella Ferreira para esclarecer quem fala a verdade.
Os dois seriam colocados frente a frente porque Atella disse que recebeu um documento falsificado de Cabral para retirar na Receita Federal os dados sigilosos de Veronica. Cabral disse que isso é mentira.
Em depoimento que durou duas horas na manhã de hoje, o office boy confirmou conhecer Atella, mas nega relação na fraude.
Disse que de fato trabalhou com o técnico em contabilidade, mas afirmou que a relação de trabalho era inversa: era Atella quem repassava requerimentos a ele para serem retirados na Receita.
Além de colocar-se à disposição da polícia para a acareação, Cabral forneceu material para ser feito o exame grafotécnico e provar que ele não teve participação na fraude.
Pescarmona é delegado da Polícia Civil de São Paulo, responsável pela região de Santo André, e investiga o crime pelo lado da falsificação dos documentos. O crime de violação é investigado pela Polícia Federal.
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