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23/09/2010 - 12h20

Polícia de SP lacra postos de combustível de candidato acusado de ligação com PCC

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A Polícia Civil de SP realiza nesta quinta-feira uma operação para lacrar 12 postos de combustível do ex-detento Claudinei Alves dos Santos, 30, o Ney Santos, candidato a deputado federal pelo PSC (Partido Social Cristão) e suspeito de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

A ordem de lacrar os postos de combustível ligados a Santos é da juíza Denise Vieira Moreira, de Taboão da Serra (Grande São Paulo), a mesma que determinou o bloqueio de todos os bens do candidato à Câmara.

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Oitenta policiais civis da Delegacia Seccional de Taboão cumprem a determinação da magistrada em seis cidades da região metropolitana e em Jau (287 km de SP).

O Grupo Teocracia, uma outra empresa do candidato Santos, localizada em Alphaville (uma das áreas mais valorizadas do Estado), em Barueri (Grande São Paulo), também é alvo da operação.

Desde sexta-feira, o candidato Santos é considerado foragido da Justiça, que determinou sua prisão temporária (por cinco dias).

A lei proíbe a prisão de candidatos 15 dias antes do pleito, mas a Polícia Civil de SP o procura assim mesmo, já que alega existirem jurisprudências para o cumprimento do mandado de prisão contra o candidato.

Em setembro de 2003, Santos foi preso em flagrante acusado de roubar malotes de uma empresa de valores.

Em primeira instância, Santos foi condenado, ficou dois anos preso, mas acabou absolvido pelo TJ de SP.

Desde então, montou a rede de postos de combustível, comprou mansão de R$ 2 milhões em condomínio fechado e se lançou na política.

Santos juntou em menos de quatro anos um patrimônio de mais de R$ 100 milhões, segundo estima a polícia paulista --e quer investir 10% do total na corrida por uma vaga na Câmara.

Algumas das suspeitas são que Santos use os postos para vender combustível adulterado com a adição de água para "multiplicar" o produto.

Na lacração dos postos de Santos hoje, peritos estão recolhendo amostras dos combustíveis vendidos por ele. O material será enviado para análise do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

OUTRO LADO

O advogado Francisco Assis Henrique Neto Rocha, defensor do candidato Santos, afirma que seu cliente é inocente e não tem ligações com a facção criminosa PCC.

De acordo com Rocha, todas as acusações da polícia contra Santos são "atos desesperados por nada ter sido achado contra ele e também porque Santos será eleito como deputado federal".

Rocha pediu no fim de semana a revogação da prisão temporária contra Santos, mas não foi atendido na primeira tentativa no Tribunal de Justiça de SP.

PCC

A polícia suspeita que Santos tenha ligação com a facção criminosa PCC e, para ganhar votos dos parentes de presidiários ligados à facção, Santos também os ajudaria com cestas básicas e transporte para visitas às prisões nos finais de semana, segundo a investigação.

No dia 15, policiais cumpriram 13 mandados de busca e apreensão em locais vinculados a Santos e seus "laranjas" --dois parentes, Michele de Souza Lima e Ricardo Luciano Andrade dos Santos, ex-frentistas de seus postos e em nome de quem ele registra seus bens para fugir do fisco.

Foram apreendidas centenas de caixas com documentos das empresas de Santos e até uma Ferrari, avaliada em R$ 1,4 milhão, uma coleção de relógios importados e máquina de contar dinheiro.

Ainda segundo a polícia, Santos usa seus postos, uma ONG, uma factoring e o Grupo Teocracia na lavagem de dinheiro do PCC. Ao todo, em média, ele movimenta R$ 6 milhões a cada mês.

A polícia também sabe que recentemente uma rede de supermercados ofereceu R$ 35 milhões para comprar seus postos, mas Santos recusou a oferta porque seus postos vendem 5,5 milhões de litros de combustíveis a cada mês.

ESCOLTA DE POLICIAL

A Corregedoria da Polícia Civil de SP investiga o policial civil Luis Fernando Ferreira de Souza, o Fernandinho, como um dos homens que fazem a escolta pessoal de Santos.

Atualmente, o policial Souza está em férias da 2ª Delegacia Seccional Sul de SP, uma espécie de central da na zona sul da capital. Desde o dia 15, ele não é localizado pela reportagem.
Souza distribui cartões com sua foto e a do candidato dizendo que o apoia.

 

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