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Marina ataca; Dilma e Serra evitam confronto em debate
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DE SÃO PAULO
No debate entre presidenciáveis realizado ontem à noite pela TV Record, Marina Silva (PV) mudou sua estratégia e decidiu partir para o ataque com críticas tanto a Dilma Rousseff (PT) quanto a José Serra (PSDB).
A petista e o tucano, por sua vez, evitaram o confronto direto. A única oportunidade em que houve pergunta de um para o outro foi ao final do primeiro bloco, quando Serra foi obrigado pelas regras a se dirigir a Dilma.
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Luiz Gonzalez, marqueteiro do tucano, diz que a explicação é simples: ao perguntar para o adversário, é o rival quem dá a última palavra.
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), quarto participante do debate, repetiu a atuação de franco-atirador, provocando risos na plateia mais de uma vez.
A estratégia de Marina é reflexo direto de seu crescimento nas pesquisas. Na propaganda eleitoral, ela tem insistido na possibilidade de ir para o segundo turno.
De acordo com o Datafolha, a candidata do PV cresceu três pontos no mês de setembro, passando de 10% para 13%. Serra, em segundo lugar, ficou com 28%.
Marina buscou o confronto com Serra do começo ao fim do debate, que teve audiência média de 9,5 pontos, segundo dados preliminares do Ibope (cerca de 570 mil domicílios na Grande SP).
Já no primeiro bloco ela dirigiu duas perguntas ao tucano. E, nas considerações finais, Marina voltou a bater em Serra, acusando-o de enfileirar promessas mirabolantes na véspera da eleição.
O tucano ficou impaciente e ameaçou pedir direito de resposta, mas foi desaconselhado por aliados e desistiu.
Mas Marina não se limitou a confrontar Serra. É que, para eventualmente ir ao segundo turno, ela não pode apenas roubar votos do tucano. Também precisa abalar o desempenho de Dilma.
No terceiro bloco, perguntou à petista que garantias poderia dar de que escândalos de corrupção não se repetiriam em seu governo.
Dilma, na tréplica, fugiu do script e se irritou com Marina. Ao responder o que fez para evitar que a corrupção se repetisse, afirmou: "As mesmas providências tomadas por você como ministra".
Dilma se referia a investigações da Polícia Federal no Ministério do Meio Ambiente quando Marina cuidava da pasta, no governo Lula.
Os escândalos de corrupção que têm servido de munição para a propaganda eleitoral de Serra, porém, estiveram praticamente ausentes.
O episódio da Receita Federal, em que foram quebrados o sigilo fiscal de pessoas ligadas ao tucano, não foi nem sequer mencionado.
E o esquema de corrupção na Casa Civil que levou à queda da ex-ministra Erenice Guerra, sucessora de Dilma no cargo, foi evocado poucas vezes, mas não por Serra.
O tucano, na única ocasião em que perguntou a Dilma, mencionou suposto loteamento das agências reguladoras, como a Anvisa.
Dilma e Serra tiveram apenas outro confronto no debate, quando a jornalista Ana Paula Padrão perguntou ao tucano por que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não aparecia em sua propaganda eleitoral.
Dilma, a quem coube comentar a resposta, disse que tem orgulho de Lula e que achava estranho que Serra use a imagem do presidente em seu programa.
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