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Governador do AM diz que não é investigado, mas Procuradoria confirma inquérito
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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
Atualizado em 30/09/2010 às 14h11.
O Ministério Público Federal do Amazonas confirmou hoje que o governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), candidato à reeleição, é investigado por acusação de supostos crimes contra o sistema financeiro nacional, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O inquérito tramita em segredo de Justiça desde 2006, e não foi arquivado pela Justiça Federal, segundo o Ministério Público Federal. Ainda está em fase de diligências.
O assunto tornou-se público ontem à noite durante o debate da TV Amazonas, afiliada da Rede Globo. Em segundo lugar nas pesquisas, o candidato Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes, acusou Aziz de ser alvo de investigação da Polícia Federal por envio de US$ 70 mil ao exterior, em 1998.
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"Você enviou dinheiro para o exterior e depositou numa conta para jogar em Las Vegas (EUA), num cassino. Explique isso para o eleitor do Amazonas", disse Alfredo ao adversário.
Líder nas pesquisas, Aziz negou a denúncia e disse que Nascimento já fez sua mãe chorar com acusações em sua propaganda eleitoral. "Nada disso é justo, Alfredo, não tem absolutamente nada contra mim. Você esperou o último momento da campanha para me denegrir", disse o governador.
Após o debate, Aziz apresentou à imprensa um documento dizendo que a PF concluiu, em 4 de novembro de 2009, que não havia sua participação no caso. No documento consta que "esgotadas as diligências, não foi possível apontar de forma conclusiva, em princípio, ter sido o investigado ordenante das remessas investigadas".
Por causa do documento apresentado por Aziz, o principal jornal de Manaus, "A Crítica", publicou na primeira página de hoje a manchete: "Alfredo Mentiu".
A Justiça Federal no Amazonas informou que o inquérito tramita na 4ª Vara Federal e está à disposição do Ministério Público Federal. O caso foi aberto com base na investigação do esquema de remessa ilegal de dinheiro investigado pela força-tarefa CC5 do Banestado.
Segundo a Folha apurou, os US$ 70 mil supostamente enviados pelo governador Omar Aziz aparecem depositados em operação de câmbio entre as empresas Beacon Hill Service Corporatin e a BCF Internacional Inc, no Bank of América Nevada, em Las Vegas.
OUTRO LADO
Em nota, o candidato Alfredo Nascimento afirma que não mentiu no debate na TV Amazonas. "Mostrei e provei que existe o inquérito, só um um Procurador da República pode propor o arquivamento e isso não aconteceu", disse.
Nesta noite, o advogado Alberto Simonetti Neto procurou a reportagem para dar a versão de Aziz sobre a tramitação do inquérito. Ele disse que o relatório da PF apontou que não tem indícios da suposta ligação do governador nos fatos apurados.
Sobre a tramitação do inquérito no Ministério Público Federal, o advogado afirmou que a Procuradoria ainda não se manifestou.
Segundo ele, esse inquérito foi repassado ao Ministério Público Federal no ano passado. "Mas é preciso esclarecer que o Ministério Público Federal não pode se manifestar quanto a isso por causa do foro [privilegiado] do governador", disse Simonetti Neto, que é vice-presidente da OAB do Amazonas.
"Estou afiançando que com relação a esses fatos não há processo criminal contra o governador. Muito embora o inquérito corre em segredo de Justiça é preciso que as autoridades é preciso que o Ministério Público se pronuncie sobre a quebra de sigilo feita pelo candidato Alfredo Nascimento. Quanto à acusação contra Aziz, existe um equívoco, o nome que aparece na listagem da remessa de dinheiro é parecido com o nome dele, mas não é ele", afirmou o advogado.
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