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19/11/2010 - 08h30

Inócuo, anúncio de blocão do PMDB serve só para pressionar Dilma

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MARIA CLARA CABRAL
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

A cerca de dois meses da posse dos novos deputados, o anúncio da formação do bloco parlamentar comandado pelo PMDB na Câmara serve apenas como uma ameaça ao governo da presidente eleita, Dilma Rousseff.

Segundo a Secretaria-Geral da Casa, qualquer união entre partidos na nova legislatura só pode ser oficializada no final de janeiro do ano que vem, dias antes de os novos deputados assumirem.

Até lá, as movimentações partidárias podem ser alteradas, como admite o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP). "Eu não sei qual o bloco que vai surgir. O que houve foi uma intenção, uma espécie de protocolo de intenções", disse ele.

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Ontem, durante reunião com peemedebistas, Temer confidenciou a integrantes do partido que achou a articulação, comandada pelo líder da sigla, Henrique Eduardo Alves (RN), "açodada e atrapalhada". Ele pediu para que qualquer costura política envolva de início o PT.

A formação de um bloco comandado pelo PMDB tem como principais objetivos ganhar espaço na composição do governo e força nas decisões do Congresso. Neste momento, PR, PTB e PSC anunciaram que caminharão com os peemedebistas.

O líder do PP, João Pizzolatti (SC), após idas e vindas, resolveu se juntar ao grupo com as ressalvas de que o acordo serviria apenas para dar força aos partidos no âmbito do Legislativo. Juntas, as cinco legendas terão no ano que vem 202 deputados.

Para mostrar a fragilidade do acordo, a própria posse do líder do PP não está garantida. Com base na Lei da Ficha Limpa, Pizzolatti teve seu registro de candidatura negado pelo TSE por ter sido condenado, em 2007, por improbidade administrativa. O congressista ainda recorre da decisão.

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O anúncio da formação do bloco foi feito na última terça-feira, quando algumas lideranças se sentiam preteridas no processo de transição e nas articulações pela presidência da Câmara e Senado.

Até fevereiro, no entanto, isso pode mudar. E caso os partidos consigam os cargos que almejam, o blocão pode sofrer uma reviravolta. A junção partidária pode deixar de existir ou o PT e outras legendas, por exemplo, podem se juntar ao grupo.

A formação de blocos partidários é bem comum na Câmara. Geralmente tem início no começo de cada legislatura, mas são desmanchadas dias depois.

No início de 2009, por exemplo, a maioria dos partidos da base do governo Lula se uniu em um bloco único que elegeu Temer para presidente da Câmara. O PV se juntou ao grupo em 30 de janeiro para deixá-lo em 3 de fevereiro. Hoje, da formação original, apenas PMDB e PTC ainda estão juntos.

De qualquer forma, para mostrar que caminham juntos, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) anunciou que todos devem se reunir na próxima terça antes da reunião de líderes.

 

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