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Abin investigará 2.700 indicados a cargos
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FERNANDA ODILLA
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff determinou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) amplie a investigação de pessoas indicadas a cargos públicos. Uma das atribuições do órgão é produzir relatórios com a ficha criminal dos indicados.
Antes, o "Levantamento de Dados Biográficos" produzido pela agência era limitado quase que exclusivamente aos 435 cargos de confiança com maior salário, ocupados quase sempre por secretários e assessores especiais dos ministros.
SALÁRIOS
Agora, a presidente determinou que se investigue também outros 2.244 servidores que ocupam funções intermediárias. Com o novo escopo, as avaliações vão de cargos com salários que variam de R$ 4.000 a R$ 11 mil.
A Folha apurou que, apesar do aumento da demanda, há reclamações sobre a qualidade dos dados. Integrantes do governo dizem reservadamente que, em alguns casos, a Abin parece nem sequer pesquisar no Google o histórico dos investigados.
Os levantamentos trazem dados de processos e inquéritos criminais, títulos protestados e cheques sem fundo. É feito com base em consultas em sistemas como o Infoseg (rede de informações do Ministério da Justiça), polícias e órgãos como Detrans.
Dentro da agência, também há queixas sobre o aumento dos pedidos.
Sob anonimato, funcionários da Abin dizem que, além de pendências judiciais, o Planalto pede um mapa dos principais aliados e adversários dos indicados --levantamento que agentes alegam não ter condições de fazer.
EQUIPE
Agentes ouvidos pela Folha afirmaram que a equipe designada conta com apenas três servidores.
A Abin, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional, órgão ao qual a agência está subordinada) e a Presidência da República não comentaram os problemas relacionados à atividade.
O governo espera que os relatórios sejam capazes de evitar desgastes.
Em 2007, Lula convidou o deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura, mas teve que recuar após a revelação, pela imprensa, de que o parlamentar era investigado sob a suspeita de usar funcionário de sua própria empresa como laranjas para tentar se livrar de uma dívida.
Balbinotti era alvo de um inquérito criminal que tramitava no STF (Supremo Tribunal Federal).
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