Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/03/2011 - 14h57

BC diz que vai trazer inflação para 4,5% somente em 2012

Publicidade

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Banco Central avalia que é "aceitável" deixar que a inflação fique acima do centro da meta de 4,5% em 2011 para incorporar os efeitos da alta recente no preço das commodities, sem provocar uma forte desaceleração da economia.

Segundo a instituição, as ações do governo para conter o crescimento, como o aumento dos juros, serão suficientes para que a inflação volte a esse patamar em 2012.

Alta da inflação já reduz poder de compra no país
BC reduz previsão de crescimento do crédito para 13%

O BC revisou de 5% para 5,6% a previsão de inflação para 2011. A previsão de 2012 caiu para 4,6%. A instituição também reduziu de 4,5% para 4% a expectativa de crescimento do PIB.

O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, afirmou que, com a inflação em 12 meses em torno de 6%, ação para conter a alta dos preços precisa ser "mais suave".

"O trabalho é para que essa diferença em relação à meta fique no menos possível em 2011, para que a inflação convirja para a meta em 2012, que é para onde estamos olhando", afirmou.

Depois de promover dois aumentos da taxa básica de juros neste ano, de 10,75% para 11,75% ao ano, Hamilton disse que a estratégia de política monetária pode ser reavaliada em termos de intensidade, nível de aumento dos juros, e distribuição no tempo, ou seja, em quantas reuniões do comitê essa variação pode ser distribuída.

Disse ainda que nenhum país está fazendo um esforço no combate à inflação como o Brasil. Segundo ele, o aumento dos juros no país nesse início de ano é o maior entre 27 países selecionados.

Outra lista, sobre a inflação em 14 países, apresentada por Hamilton, mostra que a inflação acumulada até fevereiro no Brasil só fica atrás da verificada na Índia e é superior a de países como Rússia, México, África do Sul, China, por exemplo.

"Inflação no Brasil é um problema mais sério? Pode ser. Por isso estamos atacando o problema seriamente."

Afirmou também que o BC não considera nas suas projeções o impacto das medidas de restrição a empréstimos de longo prazo anunciadas em dezembro, o que poderia jogar as projeções mais para baixo.

Hamilton atribuiu a diferença de projeções entre o BC e o mercado a dúvidas do setor privado em relação aos cortes de gastos anunciados pelo governo. Citou ainda o fato de alguns analistas não estarem considerando nas projeções o efeito do aumento do compulsório sobre a economia.

O diretor afirmou ainda que o crescimento de 4% está acima da média de 3,8% verificada nos últimos anos. "É uma economia andando em ritmo mais moderado. O nosso cenário não contempla uma economia com PIB caindo em 2011. A gente espera que o único indicador que caia neste ano seja a inflação."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página