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BC diz que vai trazer inflação para 4,5% somente em 2012
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EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O Banco Central avalia que é "aceitável" deixar que a inflação fique acima do centro da meta de 4,5% em 2011 para incorporar os efeitos da alta recente no preço das commodities, sem provocar uma forte desaceleração da economia.
Segundo a instituição, as ações do governo para conter o crescimento, como o aumento dos juros, serão suficientes para que a inflação volte a esse patamar em 2012.
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O BC revisou de 5% para 5,6% a previsão de inflação para 2011. A previsão de 2012 caiu para 4,6%. A instituição também reduziu de 4,5% para 4% a expectativa de crescimento do PIB.
O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, afirmou que, com a inflação em 12 meses em torno de 6%, ação para conter a alta dos preços precisa ser "mais suave".
"O trabalho é para que essa diferença em relação à meta fique no menos possível em 2011, para que a inflação convirja para a meta em 2012, que é para onde estamos olhando", afirmou.
Depois de promover dois aumentos da taxa básica de juros neste ano, de 10,75% para 11,75% ao ano, Hamilton disse que a estratégia de política monetária pode ser reavaliada em termos de intensidade, nível de aumento dos juros, e distribuição no tempo, ou seja, em quantas reuniões do comitê essa variação pode ser distribuída.
Disse ainda que nenhum país está fazendo um esforço no combate à inflação como o Brasil. Segundo ele, o aumento dos juros no país nesse início de ano é o maior entre 27 países selecionados.
Outra lista, sobre a inflação em 14 países, apresentada por Hamilton, mostra que a inflação acumulada até fevereiro no Brasil só fica atrás da verificada na Índia e é superior a de países como Rússia, México, África do Sul, China, por exemplo.
"Inflação no Brasil é um problema mais sério? Pode ser. Por isso estamos atacando o problema seriamente."
Afirmou também que o BC não considera nas suas projeções o impacto das medidas de restrição a empréstimos de longo prazo anunciadas em dezembro, o que poderia jogar as projeções mais para baixo.
Hamilton atribuiu a diferença de projeções entre o BC e o mercado a dúvidas do setor privado em relação aos cortes de gastos anunciados pelo governo. Citou ainda o fato de alguns analistas não estarem considerando nas projeções o efeito do aumento do compulsório sobre a economia.
O diretor afirmou ainda que o crescimento de 4% está acima da média de 3,8% verificada nos últimos anos. "É uma economia andando em ritmo mais moderado. O nosso cenário não contempla uma economia com PIB caindo em 2011. A gente espera que o único indicador que caia neste ano seja a inflação."
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