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PSDB pedirá reabertura de investigação sobre Mercadante
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CATIA SEABRA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
A direção nacional do PSDB decidiu pedir à PGR (Procuradoria Geral da República) que analise a possibilidade de reabrir investigação criminal sobre eventual participação do atual ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante (PT-SP), no episódio que ficou conhecido como o escândalo dos aloprados.
O pedido, a ser assinado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), líder do partido no Senado, e por um líder da sigla na Câmara, deverá ser protocolado amanhã, após uma consulta à área jurídica do partido.
Em 2006, integrantes do grupo de inteligência da campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva montaram um esquema para comprar um dossiê sobre fraudes na compra de ambulâncias que poderia trazer embaraços à campanha de José Serra (PSDB-SP), então candidato ao governo de São Paulo em disputa com Mercadante, que acabou derrotado.
O plano deu errado porque a Polícia Federal prendeu envolvidos e apreendeu dinheiro que estava guardado em quarto num hotel perto do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Neste final de semana, a revista "Veja" revelou que um dos implicados no escândalo, o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso, disse a um grupo de conhecidos, em local e data não revelados, que Mercadante deu a "autorização" para a compra do dossiê. Veloso teria dito ainda que o ex-governador paulista Oreste Quércia, falecido no ano passado, ajudou com recursos para a compra do dossiê. A conversa foi gravada, segundo a revista.
No decorrer das investigações iniciadas em Cuiabá (MT), a PF encontrou indícios da participação de Mercandante como suposto mentor intelectual da trama. Indiciado pela PF, Mercadante recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Em abril de 2007, os ministros do STF decidiram anular o indiciamento e arquivar o inquérito no tocante ao hoje ministro, sob alegação de falta de provas.
Após a reportagem de "Veja", o PSDB vê agora condições de retomar a investigação.
Procurado hoje, Expedito Veloso, atual secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico do Governo do Distrito Federal, se recusou a falar com a Folha. Por meio da assessoria de imprensa, disse que o PT é que poderia se manifestar.
Na manhã de hoje, a liderança do PT no Senado divulgou nota em que procura desqualificar a reportagem. "Esse episódio foi amplamente investigado pelo Congresso Nacional por meio da CPMI das Sanguessugas. Os documentos e os exaustivos depoimentos colhidos pela CPMI não fazem qualquer menção ao nome do Ministro Mercadante."
Também em nota divulgada na manhã de hoje, Mercadante fez referência à decisão do STF e negou irregularidades.
"A revista também não mencionou que, por unanimidade, a instância máxima da Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal, inocentou-me completamente do episódio. Não poderia deixar de reafirmar à sociedade brasileira o meu apego ao Estado de Direito, às regras da democracia e o respeito aos direitos e garantias individuais."
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