Publicidade
Publicidade
Aumento do IOF nos derivativos é uma 'violência', diz BM&FBovespa
Publicidade
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, classificou como uma violência as medidas de intervenção no mercado de derivativos de câmbio anunciadas há duas semanas pelo governo.
Segundo Edemir, é extremamente complexo operacionalizar a cobrança do novo IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre essas operações. "A gente vê até como ilegal a Bolsa agir como agente arrecadador", disse Pinto nesta quarta-feira.
Medidas têm efeito limitado sobre o dólar, dizem especialistas
Governo tem 'arsenal' para usar na questão cambial, diz Mantega
Entenda as medidas do governo para conter a valorização do real
IOF incidirá no pagamento de conta com cartão de crédito
Cobrança de IOF no cartão de crédito é um alerta, diz Anefac
A BM&FBovespa e outras instituições financeiras têm se reunido com o governo para tentar reverter ou adaptar as medidas. Segundo Pinto, o governo foi muito acessível, mas não sinalizou para qualquer mudança.
"Eles estão sempre com a porta aberta, mas ficam com cara de paisagem. Esperamos que eles entendam nossas dificuldades, a esperança é a última que morre", afirmou.
A BM&FBovespa não levou qualquer proposta alternativa, explicou Pinto, apenas expôs as dificuldades de implementar a cobrança do IOF em outubro, conforme estabelecido pelo governo.
O governo federal publicou no fim de julho uma MP (medida provisória) que permite a taxação em até 25% de operações de derivativos cambiais feitas por investidores brasileiros e estrangeiros no país. Por enquanto, a alíquota em vigor é de 1% e será cobrada retroativamente a partir de outubro. O objetivo é conter a desvalorização do dólar. A MP também deu outros poderes para o CMN (Conselho Monetário Nacional) intervir nesse mercado, o que foi criticado pela BM&FBovespa.
"Já somos regulados pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Imobiliários) hora a hora", destacou Pinto.
O presidente da BM&FBovespa disse que essa medida encarece as operações de hedge dos exportadores (operações para proteção contra variações bruscas no câmbio) e provoca a migração dos negócios para o exterior.
Segundo ele, o volume de contratos de derivativo de câmbio envolvendo dólar e real cresceram 75% nos mercados de balcão dos EUA no segundo trimestre em comparação com o primeiro.
"É um crescimento espantoso. Isso ocorreu por causa da insegurança dos investidores, que já aguardavam o anúncio de novas medidas pelo governo", disse.
MACRO
No fim do mês de julho, o governo publicou uma MP (medida provisória) que permite aumentar a alíquota do IOF em até 25% sobre operações com derivativos, contratos feitos no mercado futuro. A medida, no entanto, só passará a vigorar a partir de outubro.
Os derivativos podem proteger as empresas de grandes perdas, mas puxam o dólar para baixo porque "apostam" na sua queda e influenciam o mercado.
Com a medida, as empresas exportadoras, por exemplo, que fizerem contratos derivativos apostando na queda do dólar apenas para cobrir o valor de suas exportações não serão atingidas. A medida tem como alvo as operações com derivativos cambiais, que possuem influência na formação da taxa de câmbio.
A nova medida provisória aumenta os poderes do governo regular as operações com dólar no mercado futuro --onde as operações financeiras são liquidadas com diferenças de semanas ou meses-- e que tem enorme influência para a formação dos preços no mercado à vista. Também aumenta a taxação de IOF incidente sobre os negócios com a moeda.
Há meses, o governo luta para reduzir o interesse estrangeiro em trazer dólares para cá e, em contrapartida, diminuir a saída de reais seja via empresas brasileiras com negócios nos exterior ou até com gastos de turistas brasileiros no exterior.
+ Canais
+ Notícias em Poder
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice