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Ministério Público pede proteção a lideranças ameaçadas no PA
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DO VALOR ONLINE
Procuradores da República em Belém, Marabá e Altamira, no Pará, solicitaram investigação e proteção urgentes a lideranças ameaçadas por madeireiros, grileiros e pistoleiros em ofícios enviados à Polícia Federal e a autoridades de segurança pública do Pará.
Raimundo Belmiro, da Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, em Altamira, e familiares do casal José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, têm sofrido ameaças de morte. O casal foi assassinado no dia 24 de maio, em uma emboscada.
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O procurador Cláudio Terre do Amaral pediu abertura de inquérito criminal para apurar ameaças a Raimundo Belmiro, que vem denunciando ameaças de madeireiros. Segundo Belmiro, eles estão invadindo a Reserva Extrativista do Riozinho do Anfrísio para derrubadas ilegais de árvores.
De acordo com o Ministério Público, teriam oferecido R$ 80 mil por sua morte.
O procurador recomenda que Raimundo Belmiro seja ouvido pela PF e que o Instituto Chico Mendes, responsável pela administração da reserva, envie informações e documentos sobre as invasões de madeireiros e a presença de pistoleiros na área.
Os procuradores Tiago Rabelo, de Marabá, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Júnior, de Belém, também pediram às secretarias de Segurança Pública e de Justiça e Direitos Humanos do Pará a inclusão em programas de proteção de testemunhas familiares do casal José Cláudio e Maria do Espírito Santo.
Eles foram ameaçados possivelmente pelos mesmos criminosos que assassinaram o casal, em um assentamento em Nova Ipixuna.
IMPUNIDADE
O duplo homicídio do casal de ambientalistas, ocorrido em 24 de maio, completou três meses sem que os executores ou mandantes tenham sido presos. A Polícia Civil do Pará chegou a anunciar as identidades dos assassinos, mas eles permanecem foragidos.
As famílias de Laisa Santos Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo, e de Claudelice Silva dos Santos, irmã de José Cláudio, sofreram ameaças recentemente. No último episódio, tiros foram disparados perto da casa de Laísa e atingiram o cachorro da família.
O procurador Tiago Rabelo, de Marabá, recorreu ao TR (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em Brasília, para que a Justiça Federal passe a atuar no caso.
Segundo a Procuradoria, o motivo dos assassinatos foi a invasão de grileiros em lotes do assentamento. Como as terras são da União, o caso deve tramitar na esfera federal. Até agora, o tribunal não distribuiu o caso. Só depois da distribuição o TRF poderá arbitrar a quem cabe a competência para julgar o caso.
France Presse | ||
José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foram mortos em 24 de maio |
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