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Dirceu compara Silva a Alckmin e diz que ministro deve continuar
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RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO
O ex-ministro José Dirceu (PT) defendeu nesta segunda-feira o ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B), e comparou a sua situação ao do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Dirceu disse que as acusações feitas por um ex-correligionário de Silva em reportagem da revista "Veja" não são motivo suficiente para afastamento do ministro, da mesma maneira que as denúncias "gravíssimas" sobre venda de emendas na Assembleia Legislativa de São Paulo não são motivo para afastamento de Alckmin.
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"Se fizerem uma denúncia contra um governador do Estado de São Paulo com relação às emendas, ele tem que se afastar e não tem mais que governar São Paulo? Quem tem que responder pela acusação é quem está fazendo, são os órgãos competentes. O ministro se posicionou corretamente, se colocou à disposição inclusive da imprensa. Acho que ele tem que continuar no ministério, a não ser que a gente saia da democracia."
Dirceu afirmou não ver consistência nas denúncias contra Silva e criticou a revista "Veja".
"Tem uma denúncia de um cidadão que está sendo processado, acusado de desvios. Estranho é que a matéria em vez de ser sobre o PM é sobre o ministro. A matéria devia ser sobre o escândalo de desvio de recursos do qual o PM está sendo acusado. O ministro não está sendo acusado de nada. As acusações do PM são testemunhais, ele tem que comprovar isso."
O ex-ministro evitou, porém, comparar o caso à recente reportagem da mesma revista que mostrou que ele recebeu ministros e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, num hotel de Brasília.
"Eu não quero fazer paralelo com meu caso porque meu caso era um caso de polícia, não era de jornalismo. Tentar invadir meu apartamento, tentar se passar por funcionário da prefeitura, usar imagens ilegais é outro problema."
Dirceu participa na noite desta segunda-feira de uma sessão de autógrafos de seu livro em um teatro no Leblon (zona Sul do Rio). Políticos como o ex-prefeito Saturnino Braga (PT) e a ex-deputada Solange Amaral, recém-filiada ao PSD, vieram prestigiar o ex-ministro, assim como a atriz Norma Bengell, o cineasta Luiz Carlos Barreto e o autor de novelas Tiago Santiago, que escreveu "Amor e Revolução", trama sobre a ditadura militar atualmente em exibição no SBT.
O ex-assessor de Dirceu Marcelo Sereno, envolvido em denúncias na época em que trabalhava com o ex-ministro, também compareceu ao lançamento.
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