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09/10/2010 - 14h49

Programador nova-iorquino declara guerra aos remetentes de e-mails indesejados

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DENISE MOTA
DE MONTEVIDÉU

Aviso ao navegante: se você gosta de mandar spams (e-mails enviados a um grande grupo de destinatários), antes de escolher quem será o próximo incauto a receber inesperadas ofertas ditas imperdíveis --prêmios de loteria, alongamentos de pênis, negócios milionários e quetais--, é conveniente checar se, da vultosa lista de nomes, não consta o de Jonathan Land, 34. Do contrário, a vingança pode ser tão certeira quanto desagradável, com milhares de caracteres.

Sebastian Lucrecio/-
Programador nova-iorquino Jonathan Land, 34, devolve as mensagens na mesma moeda equivocada
Programador nova-iorquino Jonathan Land, 34, devolve as mensagens na mesma moeda equivocada

Land é um programador de língua mordaz e humor afiado. Decidiu declarar guerra contra os spams depois de observar com indignação a enxurrada de mensagens indesejadas que inundava sua caixa postal.

A gota d'água foi um e-mail enviado por quem se dizia ser um fabricante paquistanês de tecidos. "Esse spam chamou a minha atenção, porque parecia vir de um ser humano real. Fiquei curioso e escrevi de volta para saber se obteria resposta. Deu certo. Então, decidi ver o que aconteceria se escrevesse novamente. A cada novo e-mail, as respostas iam ficando mais e mais bobas e absurdas. Não sei se nos levamos mutuamente a sério ou não, mas chegamos a trocar cartões de Natal", conta Land. A comunicação continuou por alguns meses e rendeu frutos: "Supostamente, hoje, tenho 30 mil pares de roupa íntima à minha espera em algum galpão portuário de Nova Jersey".

BIZARRO

A experiência com o empresário de Karachi abriu caminho para outras "conversas" pautadas pelo nonsense, e a vingança pessoal se transformou em site (www.thespamletters.com) e livro. "The Spam Letters" (ed. No Starch Press) compila uma centena entre as melhores respostas de Land para mensagens de teores tão distintos como a venda de um detector de mentiras portátil, o anúncio de um concurso que premia poemas com US$ 10 mil ou a oferta de um shopping personalizado.

"O spam mais bizarro que recebi foi o do diretor de elenco de um reality show. Ele queria me contratar para um programa em que os participantes dirigiam carros de corrida em lugares como o Saara ou o Ártico." A proposta foi respondida por um Land travestido de "pior motorista da face da Terra". "Garanti que lhe daria enormes índices de audiência e uma longa fila de cadáveres, em razão do meu histórico de atropelamentos. Nunca mais ouvi falar dele."

Formado em matemática, o programador também dá uma de músico (está concluindo um álbum) e artista plástico. Apesar de esdrúxulas, muitas das mensagens do norte-americano receberam atenção de "spammers" e geraram respostas, motivadas pela ganância de seus interlocutores, segundo deduz Land.

"O segredo é começar com um conteúdo racional para fazê-los pensar que você está falando sério e ir aumentando a dose de absurdo a cada mensagem", ensina. "Acho que eles continuam a responder porque, enquanto houver um ser humano vivo do outro lado do computador, eles acham que podem tirar dinheiro dessa pessoa." Por fim, Land vem percebendo que receber spams não é tão revoltante em seu país. "As pessoas não se incomodam mais, deletam e passam o resto do dia no Facebook."

 

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