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Prédio de Artacho Jurado vira cenário e conceito para DVD de Dani Gurgel; veja vídeo
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GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO
Ela é cantora e compositora. Mas trabalha como fotógrafa para ajudar a pagar as contas. Nas horas vagas, diagrama capas de disco, edita vídeos, mexe nos arranjos, agiliza parcerias de produção, dá palpite em cada pequena etapa do processo.
Foi com espírito multimídia que Dani Gurgel gravou seus três primeiros discos (o EP "Dani Gurgel", em 2007, "Nosso", em 2008, e "Agora", no ano seguinte). Hoje, lança, com show no Auditório Ibirapuera, seu trabalho recém-saído do forno: o DVD "Viadutos", filmado na cobertura do edifício de mesmo nome, projetado em 1956 por Artacho Jurado (1907-1983).
Ali o arquiteto/empresário construiu no 27º andar um "salão de bailes" envidraçado em 360º, de onde se tem um dos panoramas mais bonitos da cidade. As antenas da Paulista, ao fundo, o Copan visto de costas e uma imensidão de prédios. Filmado ali, o DVD tem o clima de uma "sala íntima": o microfone na mão, a banda tocando e a cidade ao fundo, como cenário, como tema, como público.
"Paulista tem medo de falar de São Paulo. O Rio é lindo, a Bahia é linda. São Paulo não é linda... mas é. Linda porque é muito louca", diz.
No show/DVD estão 20 canções, a maioria delas feitas em parceria com outros nomes da nova geração. Se nos discos anteriores ela era sobretudo intérprete, o trabalho pretende afirmar sua matriz de compositora.
"Escrevo sobre coisas que eu vivo... e eu vivo na cidade." Assim, uma música homenageia a cor cinza ("A cidade é cinza gris/ é colorida feita em giz", diz um dos versos, parceria com Rafa Barreto); outra, com Romulo Fróes, descreve "O Gosto do Asfalto" ("Bueiro sujo até que mata a sede/se a chuva não parar/ um para-raio apaga uma cidade/carrega celular"). Uma terceira ("Silêncio"), com Fabio Cadore, narra um encontro tímido num elevador de megalópole.
Se a arquitetura de Jurado mistura linguagens --o moderno, o nouveau, o déco, o clássico-- e ornamentos --pastilhas, gradis, pilastras, curvas decorativas--, a música de Dani também é MPB com arranjos profundamente jazzísticos, influência marcada de Zimbo Trio, Elis, world music...
"Viadutos conectam as pessoas, sua música e sua vida na cidade. E é isso que eu quero com a minha música", ela escreveu para apresentar o disco. Nesse baião de conexões, a internet entrou como ferramenta indispensável. Desde o primeiro disco, Dani usa todas as plataformas digitais compulsivamente para divulgar sua música.
"Acho que o Youtube é a nova FM. É mais importante hoje ter muitos views ali do que tocar no rádio. As pessoas reclamam porque o disco está num blog, sendo baixado por todo mundo. Eu acho ótimo."
Costurando referências e parceiros, procura mapear a nova geração, gravando compositores ainda pouco conhecidos. "Acho que está todo mundo aprendendo a cuidar do próprio nariz. É difícil hoje achar alguém que fica parado achando que vai ser 'descoberto' por uma gravadora ou algo assim."
Ela, pelo visto, já foi descoberta. Pela internet, o jornalista francês Edouard Launet encontrou seu nome e seu som. Em fevereiro de 2009, sua foto estourada ganhou uma página inteira no jornal "Libération". Seu disco já foi mais baixado no Japão do que vendido em lojas no Brasil. Seus viadutos começam a dar voltas.
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