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Serafina

Marc Jacobs e Prada mostram com quantas grades se liberta uma mulher

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A temporada de verão 2013 das maiores semanas de moda do mundo está na reta final. A parisiense termina na semana que vem, mas os desfiles de Nova York e de Milão já deram aos fashionistas mais espertinhos muito sobre o que refletir.

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Marc Jacobs continua carregando nas costas a principal semana de moda americana. Há outras pessoas fazendo roupas bonitas, mas quem procura uma ideia mais forte pode bater direto na passarela do estilista para não perder tempo.

Em Milão, muitas coleções belas e riquíssimas, mas Miuccia e sua Prada ainda reinam soberanas como fonte de pensamento de moda na Itália.

As duas grifes fizeram coleções diferentes, mas que refletiam sobre o mesmo tema: o poder e a submissão femininos.

Marc abre o desfile com uma imagem simples e sensacional: uma moça de camiseta branca e calcinha preta. No centro do peito, listras pretas verticais. Um coração encarcerado.

A imagem do prisioneiro se multiplica em cadeias de listras (uma das referências que vêm à mente é o filme "Quem é Você, Polly Magoo?", de 1966, uma crítica cômica à indústria da moda). Tem até pijamas que lembram os uniformes dos prisioneiros judeus na Segunda Guerra. Jacobs quebra a sequência de padrões, sem quebrar o conceito, com uma série de looks anos 1960.

Muitos parecem os figurinos de época de "Mad Men", que, de repente, ganham cinturas baixíssimas, estilo calça de funkeira. A prisão das grades é a prisão da mulher perfeita, a prisão da "periguete", a prisão da modernete vanguardista (Edie Sedgwick, uma das musas de Andy Warhol, é outra inspiração). A prisão dos estereótipos e, é claro, a prisão da moda e de seus ciclos de exigências.

A Prada pega o mesmo referencial da dona de casa "sessentinha", deprimida e "amiga dos tranquilizantes". Mistura com a estética das gueixas, temperada com a modernidade das garotas do bairro de Harajuku, em Tóquio (palco de fenômeno multicolorido do "streetwear" nos anos 1990).

O símbolo da coleção: um chinelo maxiplataforma usado com meias, como no Japão. Sobre a tira que prende o trambolho aos pés, numa imagem sexy-torturante, um lacinho. A ideia é a mesma de uma lingerie fio-dental estilo "bundinha embrulhada para presente".

A gueixa com sua imagem de santa e imaginário de puta. A dona de casa e seus desejos reprimidos. Do quimono à saia-lápis, uma mesma agonia. A pureza do rosa aparece com flores vermelhas feito feridas. É uma imagem forte, que poucos designers ousariam em tempos de vacas magras.

Nos bastidores, Miuccia falou sobre sonhos roubados e novas realidades para as mulheres. O primeiro passo para a liberdade é tomar consciência das amarras que nos prendem. Fica a dica de reflexão dos dois estilistas mais influentes do mundo, para exercitar no próximo passeio ao shopping.

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