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Serafina

Atriz descoberta por Al Pacino é indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz

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Kathryn Bigelow, a diretora vencedora do Oscar de 2010 por "Guerra ao Terror", teve que insistir muito no primeiro convite que fez para Jessica Chastain. Ela a queria para o papel de Maya, a agente da CIA que descobriu onde Osama bin Laden se escondia no Paquistão. Conseguiu. O longa "A Hora Mais Escura" estreia em 18/1 carregando prêmios da crítica americana e colocando a atriz de 35 anos entre as favoritas ao Oscar (as indicações saem no dia 10/1). Filme, diretora e atriz concorrem ao Globo de Ouro.

"Estou vivendo meu sonho", disse Jessica em Nova York. "Kathryn Bigelow liga no meu celular. Gary Oldman me diz que quer trabalhar comigo." Cineastas e astros de Hollywood competem para tê-la no elenco. Mas, quando o convite para "A Hora Mais Escura" veio, havia um problema de agenda: a atriz estava escalada para ser o par romântico de Tom Cruise na ficção científica "Oblivion".

"Fui dispensada para poder fazer Maya. Não acontece com muita frequência, mas eu ia ficar arrasada se outra pessoa a interpretasse." Para coroar o bom momento da ruiva, ela está em cartaz na Broadway (oito apresentações semanais) com a peça "The Heiress", adaptação do casal de dramaturgos americanos Augustus e Ruth Goetz para o romance "Washington Square", de Henry James (1843-1916).

Pouco mais de dois anos atrás, as coisas eram bem diferentes. Formada na prestigiosa Juilliard School, em Nova York, a californiana de Sacramento tinha feito algumas peças de teatro e pontas em séries de televisão como "ER" e "Law & Order". Finalmente, foi descoberta por Al Pacino em Los Angeles, em 2008, e convidada para viver a personagem-título numa montagem de "Salomé", de Oscar Wilde, transformada em um misto de documentário e drama dirigido pelo ator. O filme só estreou três anos mais tarde, no Festival de Veneza de 2011.

Tom Betterton
Com nove filmes e uma indicação ao Oscar em pouco mais de um ano, Jessica Chastain estreia na Broadway e estrela novo longa
Jessica Chastain, que fez nove filmes e teve uma indicação ao Oscar em 15 meses é indicada ao Globo de Ouro

"Jessica Chastain foi minha inspiração", disse Pacino na ocasião. "Tinha de fazê-la interpretar esse papel antes que o mundo a descobrisse, o que aconteceu." Pouco tempo depois da peça, naquele mesmo 2008, apareceu um teste para "A Árvore da Vida", de Terrence Malick. Deu certo. Mas o cineasta levou anos para completar a obra.

O resultado é que somente em 2011 Jessica Chastain foi apresentada ao mundo –e de forma intensa. Em fevereiro, apareceu no Festival de Berlim como Virgilia, a mulher do protagonista em "Coriolanus", dirigido por Ralph Fiennes. Era um papel pequeno, mas atraiu a atenção da cineasta Kathryn Bigelow, que estava procurando sua protagonista para "A Hora Mais Escura".

Em maio, foi a Cannes com o pequeno "O Abrigo", de Jeff Nichols, fazendo a mulher de um homem obcecado com visões do apocalipse, e com "A Árvore da Vida", incorporando o conceito filosófico de "graça", que se opõe à "natureza" representada por seu marido. Ali, enfrentou o tapete vermelho ao lado de Brad Pitt e Sean Penn. E o filme saiu com a Palma de Ouro.

SOMANDO CRÉDITOS

Em agosto, estreou "Histórias Cruzadas", em que vivia a ingênua Celia Foote, com um quê de Marilyn Monroe. Em seguida, encarnou uma agente do Mossad em "A Grande Mentira", de John Madden. No mês seguinte, a primeira cena nua, no ousado "Wilde Salome", de Al Pacino, que finalmente ficou pronto e estreou em Veneza. No mesmo evento, apareceu como uma detetive no filme "Em Busca de um Assassino", de Ami Canaan Mann, filha de Michael Mann.

Voltou a Cannes no último ano com o filme "Os Infratores", de John Hillcoat, em que vive a namorada do personagem principal (Tom Hardy), fabricante de bebidas durante a Lei Seca. E, finalmente, em "Madagascar 3", emprestou sua voz à onça Gia.

Faça as contas: em apenas 15 meses, foram nove filmes, uma Palma de Ouro e uma indicação ao Oscar de coadjuvante (por "Histórias Cruzadas"). "Fico dizendo a mim mesma que não posso querer repetir 2011", lamenta. "Nunca mais vai acontecer. Antes, não sentia nenhuma pressão. Agora, espero que ninguém fique decepcionado", disse em Cannes.

No cinema, até agora, foram só elogios. Mas sua estreia na Broadway com "The Heiress", em cartaz até fevereiro, foi recebida com menos entusiasmo.

Mas Maya, a personagem do filme que está para estrear, trouxe as boas críticas de volta. "Na CIA, você é treinado para não sentir emoção. E eu fui treinada para o oposto, ser vulnerável e sensível." Ao rodar as cenas de tortura que a protagonista presencia, teve de conter seu impulso de mostrar o que sentia.

A agente é baseada na personagem real descoberta na investigação do jornalista e roteirista de "A Hora Mais Escura", Mark Boal, sobre a caçada de dez anos que culminou com a morte de Osama bin Laden, em maio de 2011. A atriz passou três meses se preparando, perguntando cada detalhe a Boal ""por razões de segurança, a verdadeira Maya não podia ser contatada.

É uma protagonista feminina diferente: não tem vida pessoal ou interesse amoroso. Seu foco é encontrar o homem que liderou o ataque às Torres Gêmeas no 11 de Setembro. "Maya não é definida por nenhum homem. É a representação perfeita desta geração de mulheres", diz a atriz.

Jessica Chastain, com uma agenda dessas, também não será definida por homem nenhum. Está se tornando a representação perfeita desta geração de atrizes.

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