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Serafina

Sem malabarismos, longa sobre caso de padres pedófilos acerta no elenco

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Filmes sobre jornalismo costumam interessar poucas pessoas fora da profissão. Duas exceções são "Cidadão Kane" (1941), de Orson Welles, tido por muitos como o melhor longa já feito, e "Todos os Homens do Presidente" (1976), de Alan Pakula, reconstituição simples, mas efetiva, das reportagens do caso Watergate, que levaram à saída de Richard Nixon da Presidência dos Estados Unidos.

"Spotlight", que estreia em janeiro no Brasil, está mais para o segundo caso.Também é uma reconstituição simples, mas efetiva, da série de reportagens de 2002 que revelaram a omissão e conivência do alto clero da Igreja Católica com o abuso sexual sistemático e endêmico de menores por alguns de seus integrantes, principalmente em Boston e no Estado de Massachusetts.

Divulgação
Sacha Pfeiffer por Chico Felitti - O jornal vai ao cinema - A repórter Sacha Pfeiffer fala sobre a apuração que revelou escândalo de pedofilia na igreja católica em Boston; caso vira enredo de filme com Rachel MacAdams no papel da jornalista#serafina93
Escândalo de pedofilia na igreja católica em Boston vira enredo de filme com Rachel MacAdams

Holofote, em inglês, "Spotlight" é o nome de um núcleo de jornalistas do diário "The Boston Globe", autor das reportagens em questão. Existe desde os anos 1970 e se dedica a investigações profundas, geralmente demoradas e dispendiosas, de temas polêmicos. Na Folha, uma versão disso é a editoria de repórteres especiais, que se reportam diretamente ao comando da Redação.

O filme é dirigido por Tom McCarthy, com uma carreira de bons títulos desconhecidos do grande público. Tem dois méritos: privilegiar o "making of" da história, sem lançar mão de malabarismos cinematográficos, e o seu elenco, uma combinação feliz de nomes certos nos papéis certos.

Começa em 2001, quando Spotlight, o núcleo, é formado pelo editor Walter Robinson (Michael Keaton, o "Batman") e pelos repórteres Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams, de "Meninas Malvadas"), Mike Rezendes (Mark Ruffalo) e Matt Carroll (Brian d'Arcy James).

O quarteto responde ao editor Ben Bradlee Jr. (John Slattery, o Roger de "Mad Men") —filho do lendário editor do "Washington Post" da época do Watergate—, que se reporta ao editor-executivo, Marty Baron (Liev Schreiber). Este acaba de assumir o cargo, enviado com a missão de chacoalhar a Redação pelo jornal "The New York Times", à época proprietário do "Globe".

ASSISTA AO TRAILER DE "SPOTLIGHT - SEGREDOS REVELADOS":

Vídeo

Workaholic e judeu, Baron é recebido com desconfiança pela elite bostoniana, eminentemente católica, que o considera um outsider. A dinâmica do grupo de jornalistas e os avanços e recuos da apuração, principalmente devido aos obstáculos legais e à influência quase irresistível da arquidiocese de Boston, dão a emoção necessária a uma história cujo final muitos conhecem.

As reportagens começaram a ser publicadas em 2002 e detonaram um efeito dominó de reconhecimento dos crimes pela igreja, seguido de punição dos envolvidos e compensação de parte das vítimas, num processo de depuração que dura até hoje.

Vale destacar ainda a fidedignidade do filme. Conheci Sacha Pfeiffer na Universidade Stanford, na Califórnia, em 2005, quando ambos éramos bolsistas da Fundação Knight para jornalistas. Uma das atividades naquele ano sabático era dividir com os colegas sua história profissional, a "backstory".

A que Sacha nos contou então está sem tirar nem pôr em "Spotlight".

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