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Banimento do TikTok nos EUA abre brecha para veto a 'Fortnite' e 'LOL'

Gigante chinesa dos games, Tencent já esteve na mira da gestão Trump por comprar estúdios americanos

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São Paulo

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A lei que pode resultar no banimento do aplicativo TikTok dos Estados Unidos abre margem para que outras empresas chinesas com atuação no país sejam punidas da mesma forma. Isso inclui a gigante Tencent, com investimentos consideráveis nas empresas que fazem games como "Fortnite" e "LOL" ("League of Legends").

Apesar de a legislação sancionada por Joe Biden na última quarta-feira (24) ser aplicada exclusivamente à ByteDance e sua rede social, ela deixa aberta a possibilidade de que outras empresas de "países adversários" sofram as mesmas sanções desde que sejam consideradas pelo presidente uma "significativa ameaça à segurança nacional".

Torcedor joga 'League of Legends', da Riot, durante Campeonato Mundial do game realizado em San Francisco
Torcedor joga 'League of Legends', da Riot, durante Campeonato Mundial do game realizado em San Francisco - Jason Henry - 5.nov.22/The New York Times

Segundo o texto, o veto pode ser aplicado a qualquer programa de computador ou app que atinja os seguintes critérios:

  1. Permita ao usuário criar uma conta ou perfil para gerar, compartilhar e ver textos, imagens, vídeos, comunicação em tempo real, ou conteúdo similar;

  2. Tenha mais de 1 milhão de usuários ativos em pelo menos 2 dos últimos 3 meses;

  3. Seja controlado por uma empresa em que um "adversário externo" detenha ao menos 20% de participação acionária.

Apesar de a primeira vista serem bem restritos, esses critérios podem ser facilmente encaixados para jogos de sucesso cujas empresas desenvolvedoras receberam investimentos chineses.

É o caso da Riot Games, desenvolvedora de "LOL" e "Valorant", que foi comprada pela Tencent em 2011. Os dois jogos mais populares da empresa ultrapassam tranquilamente a marca de 1 milhão de usuários ativos por mês e permitem que os usuários se comuniquem em tempo real.

Mas até empresas controladas por americanos podem ser obrigadas a se desfazer de investimentos estrangeiros. É o caso da Epic Games, desenvolvedora do mega sucesso "Fortnite", que em 2012 vendeu cerca de 40% de suas ações para a Tencent por US$ 330 milhões (R$ 1,7 bilhão) --segundo a empresa, atualmente a gigante chinesa controla 35% de suas ações.

A Epic, porém, não vê possibilidade de um cenário como o do TikTok se repetir com ela. Em nota enviada à reportagem após a publicação deste texto, a empresa afirmou que "é uma empresa americana com sede na Carolina do Norte. Tim Sweeney é o acionista majoritário. Não existe chance alguma do cenário atual do TikTok permear a realidade da Epic".

"Na pior das hipóteses, a Tencent teria que vender 15% a outros acionistas e os negócios continuariam da mesma forma", completou.

A Tencent foi fundada em 1998 na cidade chinesa de Shenzhen. Seu primeiro produto foi um programa de mensagens instantâneas que copiava o antigo ICQ até no nome —OICQ, hoje chamado QQ—, mas que se tornou muito popular na China. Aproveitando a base de usuários do aplicativo, a empresa começou a expandir seu portfólio no início dos anos 2000, incluindo games.

Ao mesmo tempo em que detém fatia considerável do mercado de games na China, a Tencent vem aumentando seus investimentos fora do país. A empresa é acionista de estúdios como o japonês FromSoftware, de "Dark Souls" e "Elden Ring"; o finlandês Supercell, de "Clash of Clans"; o belga Larian Studios, de "Baldur’s Gate 3"; e até da francesa Ubisoft, das séries "Assassin’s Creed" e "Far Cry", entre outros.

"A indústria de games não mostrou muita preocupação com esses procedimentos até agora (pelo menos publicamente), mas dado o fato de que a proibição do TikTok se tornou lei, de repente coisas que pareciam cenários absurdos há alguns anos estão desconfortavelmente dentro do reino das possibilidades", afirmou Brendan Sinclair, editor do site GamesIndustry.biz em coluna sobre o tema.

No texto, Sinclair lembra que em um passado não tão distante —especificamente durante o período de Donald Trump na Casa Branca— a Tencent foi questionada pelo Comitê sobre Investimentos Estrangeiros nos EUA, ligado ao Departamento do Tesouro, sobre a compra de ações de empresas americanas de tecnologia.

Dada a possibilidade de Trump voltar à Presidência nas eleições deste ano, todo cuidado é pouco.


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dica de game, novo ou antigo, para você testar

Bem Feito

(PC, PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch)

Não se deixe enganar pela carinha inocente de Reginaldo. Lançado no fim do ano passado, esse jogo brasileiro se inspira em games retrô de fazendinha, como a série "Harvest Moon", para criar um surpreendente título de terror com toques de humor negro. O game foi anunciado nesta semana como um dos finalistas da competição de melhor jogo brasileiro do próximo BIG Festival, que acontecerá em paralelo à Gamescom Latam (leia mais na seção update), e é meu favorito ao prêmio.

O repórter recebeu uma cópia do jogo para teste.

Imagem do game brasileiro 'Bem Feito'
Imagem do game brasileiro 'Bem Feito' - Divulgação

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • O balanço do primeiro trimestre da Microsoft apontou uma queda de 31% na venda de consoles Xbox em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, houve aumento de 51% no faturamento em games, resultado principalmente da conclusão da compra da Activision Blizzard no fim do ano passado.
  • A Meta anunciou que irá permitir o uso do sistema operacional dos seus dispositivos de realidade virtual Meta Quest em hardwares de terceiros. Entre os primeiros fabricantes a aproveitar a novidade estão Lenovo e Asus. A empresa anunciou também o lançamento de uma edição especial do Meta Quest "inspirado no Xbox" em parceria com a Microsoft.
  • A Sony anunciou o lançamento oficial do periférico PlayStation Portal no Brasil. O dispositivo, que permite reproduzir games do PlayStation 5 à distância, ficará disponível no Brasil a partir de 28 de junho com preço sugerido de R$ 1.499,90.
  • O BIG Festival anunciou 9 dos 10 finalistas ao prêmio de melhor jogo brasileiro do evento, que acontecerá em paralelo à Gamescom Latam, em São Paulo. São eles: "9 Kings" (Sad Socket); "Astro Pig" (Garoa Studios); "Bem Feito" (oiCabie / QUByte Interactive); "Immortal Mantis Revenge" (Bitlife Studio); "Momodora: Moonlit Farewell" (Bombservice / PLAYISM); "NULLPTR" (Jeferson Silva); "Pocket Bravery" (Statera Studio / PQube); "The Posthumous Investigation" (Mother Gaia Studio); e "Zet Zillions" (OTA IMON Studios / Raw Fury).
  • A Blizzard não realizará a Blizzcon em 2024. A decisão foi divulgada em um post no blog da empresa, que não deu mais detalhes do motivo da desistência de realizar o evento. Ainda assim, a Blizzard afirmou que pretende voltar a realizar a sua convenção no futuro.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

2.mai

"Endless Ocean Luminous": R$ 249 (Switch)

"Indika": preço não disponível (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Madison VR": preço não disponível (PS VR2)

"MotoGP 24": R$ 249,50 (PS 4/5, Xbox One/X/S, Switch), preço não disponível (PC)

"Surmount": R$ 50 (Switch), preço não disponível (PC)

7.mai

"Prison Architect 2": R$ 147,45 (Xbox X/S),R$ 169,99 (PC), R$ 214,90 (PS 5)

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