A arte que veio do esgoto
José Augusto Amaro Capela, o Zezão, é uma ilha. Não por viver isolado: tem mulher, filho a caminho e dois cachorros da raça daschund, Foguinho e Paçoca. Mas por estar cercado de água.
Na realidade, uma mistura de água, dejetos humanos, animais em decomposição, rejeitos industriais e lixo. Esse é o ambiente que o grafiteiro de 44 anos encontra nos córregos e galerias subterrâneas de São Paulo, locais escolhidos por ele para abrigar suas intervenções.
A primeira incursão aconteceu em 2000, no córrego Cabuçu de Baixo, quando passava por uma fase difícil. Seu pai morrera, sua mãe lutava contra um câncer. Seu parco rendimento vinha de um emprego como motoboy. "Foi essa tristeza que me levou para a merda, literalmente."
Na época, o grafite não era celebrado como hoje: "Era motivo de enquadro". "Fui parar no esgoto para me isolar, pintar escondido, sem ninguém encher."
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