Na cracolândia, lonas são usadas para esconder comércio de drogas
Atrás de uma das tantas lonas estendidas na alameda Dino Bueno, uma mulher corta pedras de crack e as coloca em um prato sobre uma mesa, ao lado de uma vela. É uma parte ínfima dos cerca de 100 quilos da droga que irrigam todos os meses a região da cracolândia, na Luz, centro de São Paulo, de acordo com o que a Folha apurou com a segurança pública.
Isso pode render aos traficantes cerca de R$ 1 milhão por mês, arrecadados no bairro e no "fluxo" -quarteirão onde está a jovem, fechado por 250 usuários e traficantes durante o dia e até 500 à noite. Três vezes por dia a via é liberada para ser limpa.
As lonas tentam impedir que se registre a venda da droga. Apesar das ações da prefeitura e do Estado, e de já ter reunido até 1.500 pessoas, a "cena de uso" permanece.
O Denarc (departamento de narcóticos), da Polícia Civil, mapeou a ação do tráfico na Luz. O Estado, porém, não informa os resultados obtidos "por motivos estratégicos".