Recuperação brasileira vai demorar, dizem economistas
A presidente Dilma Rousseff deverá passar a faixa presidencial com inflação de dois dígitos e desemprego na casa de 13%. O próximo sucessor, caso tenha força política, não será capaz de reverter o desastre econômico que se acelerou a partir de 2010. O país vive hoje o fantasma da hiperinflação dos anos 1980 e só conseguirá se recuperar na próxima década.
Esse foi o cenário traçado por palestrantes da primeira mesa de debate do Encontro Folha de Jornalismo, que acontece no MIS (Museu da Imagem e do Som), na manhã desta sexta (19), em que a Folha comemora 95 anos.
O painel contou com a presença dos economistas Eduardo Giannetti e Samuel Pessôa e do colunista da Folha Vinicius Torres Freire. A editora da coluna "Mercado Aberto", da Folha, Maria Cristina Frias, mediou o debate que buscava responder se o Brasil vive sua pior crise e apontar saídas para a recessão.
Segundo Samuel Pessôa, o país embarcou em um projeto que combinou aumento de arrecadação com explosão de gastos públicos, especialmente para garantir o bem-estar social. Isso gerou dívida pública, que virou uma bola de neve. "Hoje o Estado não cabe dentro de si mesmo", disse.