Mourão repudia editorial da Folha e faz apelo a moderação da imprensa

Editorial aborda a atuação de Mourão enquanto presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal

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Brasília

O vice-presidente, Hamilton Mourão, repudiou nesta segunda-feira (25) o editorial da Folha "Passar a boiada". Ele classificou a opinião do jornal de leviana e fez um apelo à moderação.

"Como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o vice-presidente cumpre missão institucional que recebeu do presidente Jair Bolsonaro, não podendo estar concertado com 'a
sabotagem' ao funcionamento de órgãos do Estado brasileiro, como afirma de forma leviana o jornal que se diz a serviço do Brasil", diz nota assinada por Sérgio Paulo Muniz Costa, chefe da assessoria de comunicação social da Vice-Presidênci​a da República.

"Estar a serviço do Brasil é cumprir deveres, que nos cabem individualmente e às instituições, inclusive a imprensa", disse.

O editorial, publicado também nesta segunda-feira, trata das declarações do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), que defendeu "ir passando a boiada" na promoção de temas infralegais --ou seja, sem a aprovação do Congresso-- em reunião ministerial no dia 22 de abril.

"A sabotagem vai concertada com o vice-presidente, Hamilton Mourão, encarregado de ações para conter o desmatamento na Amazônia, e com a ministra Tereza Cristina (Agricultura), que recebeu de presente de Salles o poder de conceder florestas à iniciativa privada", diz o editorial. "O general monta operação teatral com uma centena de soldados e helicópteros em Mato Grosso, usurpando função do Ibama, só para ter certeza de não autuar ninguém."

O editorial da Folha diz que, para o governo Bolsonaro, "floresta boa é floresta morta". "Os resultados dessa política antiambiental estão bem à vista: a área desmatada na Amazônia, que já havia saltado 29,5% em 2019 e chegado a 9.762 km², um recorde na década, prossegue em alta. Já se projeta que a devastação possa alcançar mais de 12.000 km² neste ano".

Segundo a nota da Vice-Presidência, "é um desserviço à sociedade e ao país anunciar que o vice-presidente da República montou uma 'operação teatral com uma centena de soldados e helicópteros em Mato Grosso', quando o Conselho Nacional da Amazônia Legal vem dando a mais ampla publicidade às ações da Operação Verde Brasil 2, desencadeada em uma área de mais de 250.000 Km², em três estados da Federação --Mato Grosso, Rondônia e Pará-- mediante o emprego de milhares de militares em apoio à fiscalização do Ibama e ICMBio que resultou, até o momento, na apreensão de mais de 6.000 m3 de madeira, aplicação de R$ 8.712.411,07 de multas e prisão de 29 pessoas".

De acordo com a assessoria de Mourão, a operação não é apenas federal. Segundo a Vice-Presidência, aderiam a ela os governos de Acre, Mato Grosso, Pará e Rondônia.

Mourão também fez um apelo à moderação. "Reiterando suas convicções e compromissos com o Estado de direito democrático que vigora no Brasil, o senhor vice-presidente da República, Hamilton Mourão, por meio desta nota, faz também um apelo à moderação, ao bom senso e ao equilíbrio de todos que têm responsabilidades institucionais perante a sociedade brasileira neste momento de dificuldades que o país enfrenta, o que, por óbvio, inclui a imprensa."

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