O presidente da COP26, o britânico Alok Sharma, afirmou neste sábado (23) que será "mais difícil" alcançar um acordo mundial ao final da reunião de cúpula climática, que começará na próxima semana em Glasgow (Escócia), do que durante o encontro de Paris em 2015.
Após a abertura da COP26, no dia 31, o governo britânico terá duas semanas de encontros para persuadir quase 200 países a fazer mais para reduzir as emissões de carbono, com o objetivo de conter o aquecimento global abaixo de 1,5 ºC em relação à era pré-industrial, um objetivo ambicioso fixado em 2015 no Acordo de Paris.
"O que estamos tentando fazer aqui em Glasgow é realmente muito complicado, definitivamente mais difícil que Paris em muitos níveis", declarou Sharma ao jornal The Guardian.
"O que fizeram em Paris foi brilhante, foi um marco, [mas] grande parte das regras detalhadas foram deixadas para o futuro", acrescentou.
"É como se tivéssemos chegado ao fim da prova e restassem apenas as perguntas mais difíceis. E o tempo está acabando, a prova termina em meia hora."
As negociações serão complexas pela evolução do contexto geopolítico, porque Reino Unido e Estados Unidos mantêm relações mais tensas do que antes com China e Rússia, cujos presidentes provavelmente não comparecerão à COP26.
Desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, a transição para uma economia e energias mais limpas progrediu, mas de maneira muito lenta para limitar o aquecimento a 2 ºC ou 1,5 ºC, em comparação com o fim do século 19.
Em agosto, o relatório mais recente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) advertiu para o risco de atingir o limite de 1,5 °C em 2030, dez anos antes do previsto, o que ameaçaria a humanidade com desastres naturais sem precedentes.
"Mas o que existe a nosso favor atualmente é que há consciência de que temos que enfrentar esta crise climática", destacou Sharma. "O relatório do IPCC, apesar de muito alarmante, foi suficientemente útil para abrir as mentes", insistiu.
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