A China e os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (10) um acordo conjunto no âmbito da COP26, conferência de mudanças climáticas da ONU que busca concluir a regulamentação do Acordo de Paris. O avanço da negociação entre os dois maiores emissores de gases-estufa indica que os países estão dispostos a trabalhar juntos para que a conferência em Glasgow (Escócia) tenha sucesso.
O plano dos dois maiores emissores de carbono do mundo inclui aumentar a cooperação entre eles no combate à mudança climática, reduzir as emissões de metano, proteger florestas e erradicar o uso de carvão.
O acordo de princípios foi anunciado pelo enviado dos EUA, John Kerry, e pelo enviado chinês, Xie Zhenhua.
"Os dois lados vão trabalhar juntos para garantir uma COP26 de sucesso e facilitar um resultado que seja tanto ambicioso quanto justo", disse Xie.
Kerry afirmou que o acordo com a China era uma declaração de apoio à conferência. "Juntos mostramos nosso apoio a uma COP26 de sucesso, incluindo elementos que vão promover a ambição, mas quero ser claro de que essa declaração é um passo sobre o qual podemos trabalhar para fechar o 'gap' [de emissões]. Todos os passos importam agora e temos uma longa jornada à nossa frente", disse o americano. "Temos que mitigar mais rápido, temos que cortar emissões de metano mais rápido, temos que seguir sendo mais ambiciosos para manter [a meta de aquecimento] de 1,5°C viva."
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, elogiou o acordo. "Combater a mudança climática requer colaboração internacional e solidariedade, e esse é um passo importante na direção certa."
A presidência britânica da COP26 tenta chegar a um acordo com metas de emissões líquidas zero de carbono e que mantenha o objetivo de aquecimento global de no máximo 1,5°C, para limitar os efeitos do aquecimento global.
Rascunho de texto final publicado pela presidência na manhã desta quarta diz que "a COP26 exorta os países a acelerar a eliminação progressiva do carvão e dos subsídios aos combustíveis fósseis".
A proposta reconhece que o mundo deve limitar o aquecimento global em até 1,5ºC (enquanto o Acordo de Paris permitia uma janela até 2ºC).
O rascunho também cita que os esforços para chegar a esse objetivo devem incluir soluções baseadas na natureza —o que aumenta o reconhecimento político do combate ao desmatamento como ferramenta para conter as mudanças climáticas.
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