Instituto Onça-Pintada é multado pelo Ibama por mortes e falta de segurança

Sanções somam mais de R$ 400 mil; órgão aponta morte de 72 animais silvestres

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São Paulo

Popular nas redes sociais, o Instituto Onça-Pintada recebeu, em junho deste ano, expressivas multas do Ibama pelas mortes de 72 animais silvestres e pela exposição de bichos selvagens.

Os vídeos do instituto são recheados de animais como onças, macacos e aves. Mas os bichos não estão sozinhos. Há, com frequência, humanos em contato, em volta e até segurando bichos selvagens no colo.

Juntas, as três multas recebidas pelo instituto em junho chegam ao valor de R$ 452,5 mil. Antes disso, a entidade já havia sido multada em 2020, em R$ 1.500, por maus-tratos —usar spray de pimenta— contra uma onça.

O biólogo, cofundador e presidente do Instituto Onça-Pintada, Leandro Silveira, com uma raposa no colo em um dos vídeos publicados nas redes sociais
O biólogo, cofundador e presidente do Instituto Onça-Pintada, Leandro Silveira, com um cachorro-do-mato no colo em um dos vídeos publicados nas redes sociais - Reprodução/Instagram @institutooncapintada

Em nota, o instituto afirma que os seus criadores dedicam a vida à conservação da onça-pintada. "Somos amplamente reconhecidos pelas boas práticas no manejo e nos cuidados com os animais sob nossa responsabilidade. E sempre adotamos todas as medidas necessárias para a sua segurança. Inclusive recepcionamos animais do Ibama para recuperação e tratamento", diz a entidade.

Em vídeo publicado em suas redes sociais na tarde desta segunda (22), o instituto diz que as multas vão provar que não há irregularidades no criadouro, que cuida dos animais e que é fiscalizado pela Secretaria de Meio Ambiente de Goiás.

Uma das novas autuações do Ibama também aponta maus-tratos, mas desta vez de 72 animais. A infração diz respeito à não garantia de segurança nos recintos, o que possibilitava ataques, espancamento e consumo de veneno.

Outra infração aponta a morte de 72 animais silvestres.

O instituto também teve sua área embargada para receber visitas e para recepção ou reprodução de animais. O embargo, segundo o Ibama, vale até que o instituto resolva as questões estruturais e de procedimentos que levaram a mortes provocadas por outros animais selvagens, por picadas de serpentes e por brigas entre os bichos que ali vivem.

"Quem conhece a gente sabe que isso é extremamente injusto e pode imaginar o tanto que estamos indignados. Fomos multados por um agente do Ibama que jamais pisou no instituto", afirma no vídeo Leandro Silveira, presidente e cofundador do instituto.

"Sobre as mortes, ele juntou casos de sete anos que são oficialmente colocados em relatórios que eu faço como responsável técnica", disse, no vídeo, Anah Tereza de Almeida Jácomo, diretora-executiva e cofundadora da entidade.

A última autuação dada pelo Ibama dizia respeito à exposição que o instituto faz dos animais. Segundo a resolução 489/2018 do Conama, aos criadouros conservacionistas, como é o caso do Instituto Onça-Pintada, está vedada a exposição dos animais.

Nos vídeos do instituto, Silveira, Jácomo e o filho deles aparecem em contato direto com animais, com abraços e beijos.

Erramos: o texto foi alterado

O animal no colo do presidente do Instituto Onça-Pintada, Leandro Silveira, é um cachorro-do-mato, não uma raposa, como publicado na legenda da foto em versão anterior deste texto.

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