Mudança climática pode aumentar mortes relacionadas com conflitos, alerta FMI

Fome, pobreza e deslocamentos forçados, agravados pela crise do clima, são fatores que alimentam confrontos

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AFP

A mudança climática pode alimentar os conflitos em países com contextos políticos mais frágeis e provocar um aumento do número de mortes relacionadas, afirma o FMI (Fundo Monetário Internacional) em um relatório divulgado nesta quarta-feira (30).

Embora a mudança climática não seja diretamente identificada como um detonador da guerra, o FMI considera que "agrava, consideravelmente, os conflitos e as dificuldades relacionadas", como a fome, a pobreza e os deslocamentos forçados.

Até 2060, as mortes relacionadas com conflitos poderão aumentar 8,5% nos Estados de "fragilidade, conflito e violência" (chamados pela sigla FCV) e até 14% nos países que enfrentam um aumento extremo das temperaturas, afirma o relatório.

Mãos seguram frutas secas
Mulher segura frutas secas, pela falta de chuva, plantadas no vilarejo de Parapul, em Marsabit, no Quênia - Simon Maina - 11.jul.2022/AFP

No total, 39 países, onde vivem quase 1 bilhão de pessoas e 43% das mais pobres do mundo, são classificados como FCV pelo Banco Mundial. Mais da metade desses países, afetados de maneira desproporcional pela mudança climática, está na África.

O FMI alerta que mais de 50 milhões de pessoas nestes países poderão passar fome até 2060, devido à diminuição da produção alimentar combinada com o aumento dos preços.

As perdas econômicas causadas pelas crises climáticas são mais "graves e persistentes" nos países frágeis do que nos demais Estados, acrescenta o relatório.

A uma semana da primeira Cúpula Africana de Ação Climática, o FMI pede aos líderes que proponham soluções para as nações mais vulneráveis.

"Todos os anos, três vezes mais pessoas se veem afetadas por desastres naturais em Estados frágeis do que em outros países. Os desastres em Estados frágeis deslocam mais do que o dobro da população de outros países", lê-se no site do FMI.

"O calor extremo e os fenômenos meteorológicos extremos mais frequentes que o acompanham vão pôr a saúde humana e prejudicarão a produtividade e o emprego em setores-chave como a agricultura e a construção", ressalta a instituição.

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