Lalo de Almeida, fotógrafo da Folha, recebe prêmio por trabalho na Amazônia
Ele é o único brasileiro, além de Sebastião Salgado, a receber a bolsa W. Eugene Smith Memorial
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Lalo de Almeida, fotojornalista da Folha, ganhou a bolsa W. Eugene Smith Memorial por seu trabalho na Amazônia. A honraria e o valor de US$ 10 mil (cerca de R$ 55 mil) são concedidos anualmente a profissionais cuja produção siga a tradição fotojornalística de W. Eugene Smith em seus 45 anos de carreira.
Lalo é o segundo brasileiro a receber esse prêmio. Antes dele, Sebastião Salgado havia vencido em 1982.
"É uma grande honra e uma enorme responsabilidade ser parte da história desse prêmio que perpetua o legado de Eugene Smith e os melhores valores da fotografia humanista", disse Lalo à fundação.
"Numa época em que a floresta amazônica nunca foi tão ameaçada, a bolsa vai ajudar a dar mais visibilidade para o que está acontecendo na região", afirmou.
Seu trabalho, Distopia Amazônica, documenta a ocupação da Amazônia e o impacto disso na floresta e nos habitantes da região. As imagens têm sido publicadas pela Folha na série Amazônia sob Bolsonaro.
Neste ano, Lalo já recebeu outros dois prêmios. Em janeiro, foi reconhecido como o fotógrafo ibero-americano do ano pelo concurso Poy Latam (Pictures of the Year International), uma das mais importantes premiações de fotografia documental da América Latina.
A premiação destacou a cobertura que Lalo fez na Folha dos incêndios que devastaram o Pantanal de agosto a outubro de 2020. As imagens capturadas por ele mostram animais mortos, o esforço dos brigadistas, o impacto e a extensão das chamas no bioma brasileiro.
Em abril, com o trabalho sobre o Pantanal, ele venceu a categoria Meio Ambiente do World Press Photo, a mais prestigiosa premiação de fotojornalismo do mundo.
A fundação W. Eugene Smith Memorial também premiou outras quatro pessoas neste ano, cada uma das quais recebendo a bolsa de US$ 10 mil.
Uma das vencedoras foi Kimberly dela Cruz, com o projeto Morte de uma Nação, sobre o processo de deterioração da democracia nas Filipinas. Ela conta essa história pela perspectiva das pessoas que perderam entes queridos na guerra às drogas.
Outra premiada é Melissa Lyttle, que registrou monumentos aos confederados no sul dos Estados Unidos, que começaram a ser derrubados após a morte de George Floyd.
Cristopher Rogel Blanquet também levou a bolsa. Seu trabalho Veneno Bonito é um projeto de longo prazo sobre o uso irrestrito de agrotóxicos na região de Vila Guerrero, no México.
O quinto premiado foi Nicolo Filippo Rosso, que registrou a jornada de imigrantes e refugiados que fugiram de diferentes países da América Latina.
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