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Sem astronautas, cápsula da Boeing deve iniciar volta à Terra nesta sexta

Pouso da nave está previsto para a madrugada deste sábado no Novo México

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Kenneth Chang
The New York Times

Deixando para trás os dois astronautas da Nasa que levou para a Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês) há três meses, a nave Starliner, da Boeing, está pronta para iniciar seu retorno à Terra no fim da noite desta sexta-feira (6).

Seis horas após se desacoplar da estação, a cápsula deve pousar com o auxílio de paraquedas no Novo México, nos Estados Unidos. Se o mau tempo ou problemas técnicos impedirem a volta nesta sexta, novas tentativas podem ocorrer nos próximos dias 10, 14 ou 18.

Após uma análise detalhada e testes em solo, a Nasa afirmou que ainda não identificou totalmente a origem dos problemas no sistema de propulsão que surgiram quando a Starliner se aproximou da estação espacial em junho deste ano.

Tanto os representantes da Boeing quanto os da Nasa disseram que esperam que a viagem de volta seja tranquila. Eles mantêm a posição de que a nave provavelmente ainda poderia trazer com segurança de volta os dois astronautas da Nasa, Sunita Williams e Barry Wilmore, cuja estadia na ISS foi prolongada.

"Temos confiança na nave," disse Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da Nasa, em entrevista coletiva na última quarta (4). Ele ressaltou que a Starliner pousou com sucesso durante voos de teste anteriores sem tripulação.

"Tivemos dois bons pousos com a Starliner até agora, e estamos esperando outro," afirmou Stich.

Apesar da declaração de confiança na cápsula, optou-se pelo caminho mais seguro: manter Williams e Wilmore na estação espacial por mais cinco meses e tê-los retornando em fevereiro na Crew Dragon, espaçonave da SpaceX, de Elon Musk.

Dana Weigel, gerente do programa da estação espacial na Nasa, disse que os dois astronautas passaram por treinamento para uma missão mais longa, incluindo a realização de caminhadas espaciais e operação do braço robótico.

"Nós os preparamos bem para assumir esse papel," disse Weigel.

Depois que a Starliner se desacoplar, ela disparará seus propulsores para se afastar e então se mover acima da estação espacial. A manobra foi alterada do que teria sido feito se os astronautas estivessem a bordo. "É uma maneira mais rápida de se afastar da estação, muito menos estresse nos propulsores", disse Stich.

A partida usa pulsos curtos nos propulsores, que são menos propensos a gerar o aquecimento que se acredita ter reduzido o desempenho de alguns dos 28 propulsores em junho. A espaçonave também registrou vazamentos de hélio, um gás inerte usado para empurrar o propelente. Mas ainda tem muito mais hélio do que é necessário para a viagem de retorno.

A manobra chave é um disparo pelos propulsores maiores que faz a espaçonave sair da órbita. Os propulsores menores, incluindo os que apresentaram mau funcionamento durante o acoplamento, são usados para manter a espaçonave apontada na direção correta.

Os propulsores maiores não tiveram problemas até agora. Porém, caso falhem, os menores também servem como reserva para fazer a espaçonave sair da órbita.

Se o pouso ocorrer sem problemas, o que acontece em seguida com o programa Starliner permanece um tanto incerto. O voo de junho foi o primeiro com astronautas a bordo e deveria ser o último passo no processo da Nasa de certificar que a Starliner estava pronta para começar viagens regulares anuais levando astronautas para a estação espacial.

A Nasa poderia solicitar que a Boeing realizasse outro teste de voo tripulado. A empresa concordou em refazer um teste de voo sem tripulação após o primeiro lançamento do Starliner, em dezembro de 2019, ter enfrentado problemas técnicos quase imediatamente.

Bill Nelson, o administrador da Nasa, disse em uma entrevista coletiva no mês passado que o novo CEO da Boeing, Kelly Ortberg, havia assegurado que a Boeing continuaria trabalhando na Starliner.

No entanto, isso teria um custo considerável para a empresa. O contrato de US$ 4,2 bilhões que a Boeing assinou com a Nasa em 2014 estabeleceu quantias fixas para cumprir marcos como a certificação, e a empresa não recebe pagamento até atingir essas metas. A Boeing é responsável por arcar com os custos de excessos e atrasos e já gastou US$ 1,6 bilhão com o programa.

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