Boeing anuncia novo CEO e prejuízo de US$ 1,4 bilhão no segundo trimestre

Kelly Ortberg substituirá Dave Calhoun a partir de 8 de agosto no comando da empresa

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Abhijith Ganapavaram
Bengaluru (Índia) | Reuters

A Boeing anunciou o veterano da indústria aeroespacial Kelly Ortberg como seu novo presidente, nesta quarta-feira (31).

Ortberg assumirá suas funções em 8 de agosto, em substituição a Dave Calhoun, que havia anunciado em março que deixaria o posto.

O novo CEO é ex-executivo da Rockwell Collins e terá a missão de recuperar a fabricante de aviões em dificuldades após ela ter relatado um prejuízo de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,86 bilhões) no segundo trimestre.

Boeing anuncia Kelly Ortberg como novo CEO da empresa - Peter Cziborra/Reuters

A empresa também registrou um prejuízo trimestral maior, já que seus problemáticos negócios de defesa e espacial agravaram a pressão financeira sobre a fabricante de aviões dos EUA, que já reduziu a produção de aeronaves comerciais para enfrentar uma crise de qualidade após um incidente em janeiro deste ano, quando um avião da empresa perdeu a tampa da porta em pleno voo.

A unidade das áreas militar e espacial da Boeing, um de seus três principais negócios, perdeu bilhões de dólares em 2022 e 2023, o que os executivos atribuíram a excessos de custos em contratos de preço fixo.

Esses contratos têm margens altas, mas deixam os contratantes de defesa vulneráveis às pressões inflacionárias que prejudicaram os lucros corporativos dos EUA nos últimos anos.

A fabricante de aviões costumava fazer lances agressivos por contratos de preço fixo antes da pandemia, mas agora disse que abandonará esses contratos para conter perdas no negócio, que totalizaram US$ 1,76 bilhão no ano passado.

Antes do Farnborough Air Show da semana passada, o chefe da unidade disse que ela foi "significativamente desafiada" durante o trimestre.

O diretor financeiro da Boeing, Brian West, disse em maio que a fabricante de aviões gastará em vez de gerar caixa em 2024, prejudicada pela redução nas entregas de jatos em comparação ao ano passado.

A empresa está atolada em uma crise depois que uma peça de um jato 737 Max 9 explodiu no ar em janeiro, o que levou a uma desaceleração na produção de seu avião mais vendido e a uma reformulação na gestão, bem como a um intenso escrutínio regulatório e legal.

O regulador de aviação dos EUA limitou a produção de jatos 737 Max a 38 por mês, mas a Reuters reportou que a Boeing vem produzindo jatos em um nível muito menor há algumas semanas.

Isso levou a entregas menores, frustrando os clientes. Durante o segundo trimestre, a Boeing entregou um total de 92 aeronaves, queda de 32% em relação ao ano passado.

O prejuízo líquido no segundo trimestre somou US$ 1,44 bilhão, comparado com uma perda de US$ 149 milhões um ano atrás.

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