A Starliner, da Boeing, acoplou à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) na tarde desta quinta-feira (6). Essa etapa da missão, a primeira tripulada da cápsula, é cumprida após a detecção de vazamentos de hélio.
A chegada à ISS se deu no dia seguinte ao lançamento em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). A Starliner CST-100 voou no topo de um foguete Atlas 5, fornecido pela ULA (United Launch Alliance) joint venture da Boeing e da Lockheed Martin.
Durante o voo, foram identificados vazamentos de hélio no sistema de propulsão, o que inutilizou alguns dos 28 propulsores usados para manobrar a cápsula no espaço. Segundo a Nasa e a Boeing, a espaçonave dispõe de propulsores de reserva para compensar a perda e os astronautas Barry Eugene Wilmore, 61, e Sunita Williams, 58, estavam em segurança.
A cápsula utiliza hélio para adicionar pressão ao propelente dos propulsores. Nem a Nasa nem a Boeing especificaram a localização dos propulsores inoperantes ou quão rapidamente o hélio estava vazando.
Na manhã desta quinta-feira (6), os gerentes da missão da Nasa deram sinal verde para a Boeing prosseguir com o acoplamento da Starliner à ISS, enquanto o escritório da estação espacial da agência monitorava a taxa de vazamento.
A acoplagem inicialmente estava prevista para ocorrer às 13h15 (de Brasília), mas a cápsula acabou não utilizando essa janela em razão da falha de alguns propulsores e ficou estacionada a cerca 200 metros da ISS antes da próxima tentativa.
Feita a acoplagem, Wilmore e Williams vão conduzir uma série de procedimentos padrão, como verificar vazamentos na comporta e pressurizar a passagem entre a cápsula e a ISS, antes de abrir as escotilhas de entrada.
Na ISS, eles serão recebidos pelos sete membros da tripulação residente atual da estação, quatro astronautas americanos e três cosmonautas russos.
A ideia é que a estada de Wilmore e Williams na estação se estenda por cerca de oito dias. Depois, eles embarcam novamente na cápsula para o voo de retorno. O plano prevê que a Starliner pouse no EUA, com o auxílio de paraquedas.
Com essa missão, a Boeing espera concluir o teste final para que a Starliner seja certificada pela Nasa para efetuar viagens de astronautas para a ISS. Hoje, apenas a Crew Dragon, da SpaceX, cumpre essa tarefa.
O projeto da Starliner acumula anos de atraso e US$ 1,5 bilhão de custos não previstos de desenvolvimento. Seu sucesso é visto como crucial para a Boeing, que passa por uma crise em seu negócio de aviação.
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