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O machismo nas históricas placas azuis de Londres

Sinais mostram locais onde pessoas importantes viveram na cidade e apenas 14% são de mulheres

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Londres é uma das cidades mais espetaculares do mundo, com vários palácios e monumentos grandiosos relembrando episódios importantes da história do Reino Unido.

Mas a capital britânica também cuida de sua própria memória com um símbolo muito mais singelo: as famosas placas azuis que identificam casas e prédios onde viveram ou trabalharam personalidades do país e do mundo.

Placa marca casa onde morou o escritor Charles Dickens em Londres - Finbarr O'Reilly - 15.dez.11/Reuters

Essas placas num tom azul claro são redondas e colocadas nas fachadas das propriedades, identificando claramente os locais onde pessoas importantes deram sua contribuição para a sociedade.

Existem placas mostrando onde moraram e trabalharam Mahatma Gandhi, Napoleão 3º, Karl Marx, Sigmund Freud, Fred Mercury, Winston Churchill, Jimmy Hendrix, John Lennon e muitos outros.

Outras, identificam os lugares onde Sir Alexander Fleming criou a penicilina. Ou onde caiu a primeira bomba nazista na cidade durante a Segunda Guerra mundial.

O esquema das placas azuis existe desde 1866 e se transformou numa tradição londrina, com muitos turistas e a população local usando o site da organização English Heritage para visitar lugares associados às pessoas que fizeram história.

As placas azuis, no entanto, tem um grande problema: elas revelam o machismo que permeia o processo para decidir exatamente quem é importante para a história.

Das 943 placas azuis distribuídas pela English Heritage por propriedades pela cidade toda, apenas 14% homenageiam mulheres.

Entre elas estão a pioneira da computação Ada Lovelace, a cientista que ajudou a descobrir o DNA Rosalind Franklin e a primeira parlamentar britânica, Nancy Astor.

Mas o número de mulheres homenageadas é ridiculamente baixo.

Para tentar mudar isso, a English Heritage decidiu fazer uma campanha pública para que a população nomeie mais propriedades para receber placas homenageando mulheres.

Isso é fundamental, porque o processo de seleção de nomes para a famosa placa azul tem que ser iniciado por uma indicação popular.

Entre outros critérios, só pessoas com ligação com Londres e mortas há mais de 20 anos podem ser consideradas –o que dá tempo suficiente, normalmente, para se descobrir se a pessoa realmente não teve nada desabonador na sua vida.

Em casos de estrangeiros, a pessoa tem que ter tido reconhecimento internacional importante.

E é óbvio que muito mais mulheres cumprem todos esses requisitos.

Espera-se agora que com a campanha da English Heritage a justiça seja feita e o machismo histórico reduzido.

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