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Extremos anticlimáticos

Tempos atuais exigem moderação e baliza científica na condução de um país

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Já é crise climática na Austrália, onde incêndios fora de controle confirmam as previsões dos climatologistas feitas ainda em 2007. Mas algo que os cientistas não puderam prever está tornando terras australianas, estadunidenses e também brasileiras mais vulneráveis ao clima: seus governantes.

Fora dos cálculos de risco climático —que consideram fatores ambientais e sociais—, hoje o fator político pode fazer a diferença para transformar potências em países miseráveis.  

Com a ascensão da extrema direita pelo mundo, políticos estão mais confortáveis para negar evidências científicas, evitar investimentos em ações climáticas e acabar por invalidar condições privilegiadas de países como a rica Austrália para lidar com eventos climáticos extremos. 

 

Os australianos já cobram o primeiro-ministro Scott Morrison pelos incêndios no país —que ele insiste em descrever como naturais. 

Outra previsão que os climatologistas não fizeram: as mudanças climáticas não devem deixar carreiras políticas incólumes. 

Para o presidente americano, Donald Trump, a conta pela negação do aquecimento global pode chegar nestas eleições. Sua decisão de sair do Acordo de Paris foi contra a vontade de 69% dos eleitores registrados para votar em 2016, segundo pesquisa das universidades George Mason e Yale. 

Por aqui, a resposta criativa do presidente Jair Bolsonaro —que culpou ambientalistas pelas queimadas— acabou gerando manifestações inéditas pela Amazônia em todo o Brasil.

O controle do desmatamento da Amazônia é fundamental para regular o clima global e enviar chuvas ao Sul e Sudeste do país —usando, aliás, a mesma rota aérea que fez a fumaça das queimadas chegar a São Paulo no último agosto. 

Onde há fumaça, há menos visibilidade. Tempos de extremos climáticos exigem moderação e baliza científica na condução de um país. A alternativa a responder à realidade é, nos territórios ou nas urnas, colidir com ela.

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