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Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

Que país é este?

Está difícil manter a esperança em relação à construção de um Brasil mais justo

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Está difícil manter a esperança em relação à construção de um Brasil mais justo e menos desigual, no qual todas as pessoas sejam respeitadas e tratadas como seres humanos.

A sensação é de que cada passo adiante é sucedido por vários passos para trás, numa ampliação do grau de incivilidade a níveis da barbárie. E a quantidade de figuras deploráveis e desprezíveis que se sentem à vontade para destilar ódio em forma de palavras, atos e omissões é cada vez maior.

Só não enxerga quem não quer. Não houvesse racismo no Brasil, não colecionaríamos tantos e expressivos índices de violência e violações contra pessoas negras, como evidenciam inclusive os registros oficiais.

Ainda assim, tem quem insista em negar o inegável, recusando-se a reconhecer o que é, na realidade, um problemão para a maioria dos brasileiros.

Só na região Sul, na mesma semana uma mulher negra foi vítima de ataques racistas e ameaças de morte por se eleger vereadora em Joinville, SC.

No RS, indignado com a derrota nas urnas, um vereador de Porto Alegre decidiu desqualificar parte dos eleitos, "muitos deles negros, sem tradição política e com baixíssima qualificação formal" —nas palavras do futuro ex-edil.

Porém, o pior ainda estava por vir da capital dos gaúchos, onde um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de um hipermercado. Não estava roubando, ou armado e tampouco em "atitude suspeita". Ainda assim, e apesar das súplicas por ajuda, seguiu apanhando até morrer.

Será que um homem branco passaria pela mesma situação em igual circunstância? Pois o homem negro foi asfixiado até a morte diante da audiência que se apressou em criar vídeos, mas mostrou-se incapaz de impedir os covardes.

Que país é este em que se multiplicam casos de violação de direitos dos negros, excessos de violência por parte de quem deveria proteger e descaso dos incumbidos de propor políticas de promoção efetiva de igualdade racial?

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