Siga a folha

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Governo parece derreter e Bolsonaro joga carvão na fornalha

Audiências de ministros no Congresso exibem gestão vazia e sem rumo

O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Ueslei Marcelino/Reuters
 

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Sete ministros de Jair Bolsonaro apareceram no Congresso para apresentar seus planos para o país. Se o objetivo era mostrar que o governo está trabalhando apesar das trapalhadas, seria melhor que alguns tivessem ficado em seus gabinetes. Somadas, as dezenas de horas de audiências reforçaram a imagem de uma gestão vazia e sem rumo.

A Câmara recebeu um ministro que já caiu, mas não percebeu. Ricardo Vélez (Educação) passou mais de cinco horas diante dos deputados e não conseguiu detalhar o planejamento estratégico da pasta e as metas para o setor. “O papel do ministro não é saber de cor e salteado as estatísticas”, argumentou.

Vélez é um ministro de fachada. Foi forçado a trocar parte de sua equipe e se tornou refém de uma disputa de poder. Na audiência, disse que o cargo é “um abacaxi do tamanho de um bonde”, mas se recusou a pedir demissão. Mais tarde, numa entrevista, Bolsonaro afirmou que vai “decidir a questão” da pasta. “Realmente, não estão dando certo as coisas lá.”

Já o Senado ouviu um ministro que parece prestes a se demitir. Espremido pela crise política entre o Planalto e os parlamentares, Paulo Guedes (Economia) disse que volta para casa se a reforma da Previdência não andar. “Eu venho para ajudar. Se o presidente não quer e o Congresso não quer, vocês acham que vou brigar para ficar?”, declarou. A Bolsa despencou 3,6% e o dólar subiu 2%.

Depois de pressionar a Câmara para tentar votar seu pacote de medidas de combate ao crime, Sergio Moro foi para cima dos senadores. O ministro ameaçou abandonar a proposta se os parlamentares retirarem trechos ligados à corrupção.

Para piorar,  Bolsonaro ainda estimula uma crise permanente com o Legislativo. De graça, ele voltou a provocar Rodrigo Maia e disse que o deputado está abalado com a prisão de Moreira Franco, padrasto de sua mulher. Maia reagiu e afirmou que Bolsonaro está “brincando de presidir o país”. Enquanto o governo parece derreter, o presidente faz questão de jogar mais carvão na fornalha.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas