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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Ala do empresariado mantém maratona negacionista com Bolsonaro

Grupo dá palanque para propaganda de cloroquina e ataque a medidas restritivas

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Em março do ano passado, o empresário Flávio Rocha reclamava das medidas de restrição decretadas nos estados. "A recessão resultante de tirar a economia da tomada vai gerar muito mais mortes", disse. Cinco meses e 115 mil mortos depois, o dono da Riachuelo falava em imunidade de rebanho e dizia que o cenário era de "pós-pandemia".

"Existem dados para todos os gostos. O ser humano é pessimista, presta mais atenção às notícias más do que às boas. Isso porque, pela seleção natural, os otimistas morreram mais rapidamente", filosofou, em entrevista à Folha, em agosto.

Com ou sem pessimismo, o número de mortes no Brasil triplicou desde então. Alguns empresários, no entanto, preferem continuar firmes na maratona negacionista da pandemia. Preocupados com o sucesso dos próprios negócios, eles aproveitam que há um porta-estandarte desse movimento no posto político mais importante do país.

Ministros dão entrevista na saída do jantar de Jair Bolsonaro com empresários na casa de Washington Cinel - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Rocha e alguns colegas estiveram com Jair Bolsonaro na última quarta (7). O presidente encontrou um ambiente amistoso, recebeu alguns aplausos, repetiu sua ladainha sobre o tratamento com remédios ineficazes contra a Covid-19 e fez mais um ataque violento às medidas restritivas. Nem parecia que o país havia chegado a 4 mil óbitos num dia.

Um dos convidados era o dono da Multiplan, controladora de shopping centers. Em abril do ano passado, a empresa publicou um anúncio em que sugeria que a gripe comum e a pneumonia causavam mais mortes do que a nova doença. "O desemprego e a fome podem gerar consequências tão ou mais letais que o coronavírus", afirmava o texto.

O anfitrião do jantar com Bolsonaro foi Washington Cinel, dono de empresas de segurança e alimentos. Ele defendeu esforços para acelerar a vacinação e explicou o motivo à repórter Joana Cunha: "O cara fica doente, não vai trabalhar, você precisa contratar outro. O que nós estamos perdendo com isso é incrível a nível econômico. Esse é o grande problema, além das mortes, logicamente".

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