Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
Lula e Bolsonaro querem desconto na relação com centrão em 2023
Petista e presidente investem em candidaturas ao Congresso para reduzir dependência do bloco
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quando esteve no poder, Lula arquitetou alianças que uniam o velho PMDB e a nata de partidos do atual centrão nas votações de interesse do governo no Congresso. Em seu giro de pré-campanha por Brasília, o petista indicou que vai buscar um desconto na relação com esse bloco se for eleito novamente em 2022.
O ex-presidente pediu que o PT invista em candidaturas à Câmara e ao Senado no ano que vem. A ideia é formar bancadas mais fortes para que um eventual governo não dependa tanto de legendas que estão mais distantes da órbita da sigla.
Uma sequência de três presidentes fracos ampliou o custo das relações do Planalto com o Congresso. Dilma Rousseff ficou nas mãos da Câmara, Michel Temer abriu mão de sua influência para sobreviver a acusações de corrupção, e Jair Bolsonaro escancarou os cofres do governo para fugir do impeachment.
O centrão aproveitou esse ciclo para ampliar suas ferramentas de poder e assumir o controle do Orçamento. Os humores parlamentares sempre tiveram ligação com os recursos que fluem até suas bases, mas o apetite aumentou e não há sinais de que eles queiram negociar o cardápio com o próximo presidente.
Petistas dizem que Lula "não pretende ficar refém do centrão", embora o ex-presidente não hesite em participar de jantares com caciques de partidos desse campo. Para isso, o partido projeta eleger de 80 a 100 deputados, embora um número mais próximo de 70 pareça mais realista.
Se outras siglas de esquerda pegarem carona na votação de Lula e aumentarem consideravelmente suas bancadas, aliados estimam que o ex-presidente poderá ter maioria na Câmara apenas com o acréscimo do PSD –que já demonstrou disposição para apoiar o petista.
Ainda longe de uma reeleição, Jair Bolsonaro também fala em conseguir uma bancada mínima de aliados num segundo mandato, com nomes como Luciano Hang e o sanfoneiro Gilson Machado. O presidente paga o aluguel do centrão, mas quer barganhar se continuar no poder.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters