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Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Ideia de chapa Lula-Alckmin reacende dilema do PT para 2022

Petistas ainda calculam movimentos para alargar base eleitoral do ex-presidente

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Lula e Geraldo Alckmin decidiram trocar gentilezas em público depois que circularam planos para a formação de uma chapa entre os dois no ano que vem. O tucano afirmou na semana passada que o ex-presidente tem apreço pela democracia. O petista retribuiu e disse que tem uma "extraordinária relação de respeito" com o ex-governador paulista.

Famoso por dar declarações ensaboadas quando quer escapar de assuntos espinhosos, Alckmin fez questão de deixar a porta aberta para conversar. Lula, que costuma fazer piada quando surgem especulações sobre candidatos a vice, preferiu dançar em torno do tema e fez um aceno ao dizer que não há nada que não possa "ser reconciliado".

Além de mostrar que nenhum dos dois descarta a dobradinha, o episódio reacende um dilema que deve acompanhar o PT até a eleição. Embora lidere as pesquisas, o grupo de Lula entende que a corrida deve se acirrar e que será preciso fazer um movimento contundente para alargar a base eleitoral do petista.

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-presidente Lula (PT), em inauguração de fábrica em 2014 - Zanone Fraissat/Folhapress

Segundo os cálculos dessa ala, o baile com um tucano convicto como Alckmin manda aos eleitores fora da esquerda um sinal de que Lula pode ser uma opção de voto em alguma etapa da disputa. Mesmo que a chapa não se concretize, os acenos retribuídos pelo ex-governador paulista ajudariam a pavimentar a formação de uma frente num eventual segundo turno contra Bolsonaro.

Nem todos os correligionários de Lula pensam assim. Alguns petistas acreditam que a força demonstrada nas pesquisas pelo ex-presidente deve bastar para empurrá-lo para a vitória com uma coalizão restrita à esquerda. Para eles, uma caminhada em direção ao centro tornaria aguada a candidatura petista.

Nos EUA, apesar do entusiasmo produzido por nomes como Bernie Sanders, os democratas deram uma guinada e escolheram o insosso Joe Biden como candidato para enfrentar Donald Trump em 2020. Mesmo sem Alckmin em sua chapa, Lula também pode precisar de um pouco de chuchu no ano que vem.

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